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 | Bruno Covello/Gazeta do Povo
| Foto: Bruno Covello/Gazeta do Povo

Os últimos anos foram generosos com a Renault. A montadora conseguiu fazer do Brasil o seu segundo maior mercado em volume depois da França, cresceu 24% no ano passado e passou a figurar entre as cinco maiores montadoras do país. Mas um detalhe perturba o sono do presidente da empresa no Brasil, o francês Olivier Murguet: o pouco conhecimento do brasileiro sobre a marca. "Outro dia fui fazer uma palestra para 500 pessoas em Curitiba e descobri que muitas delas sequer sabiam que temos fábrica aqui. Ainda somos relacionados a automóveis importados", diz ele ao citar uma pesquisa que aponta que apenas 26% dos brasileiros conhecem a montadora. A Renault produz no Brasil desde 1998. Para ele, o desafio agora será o de "vender mais e investir menos", ao se referir ao ciclo de R$ 1,5 bilhão que está sendo aplicado no Brasil até 2016. "Acabamos de ampliar nossa fábrica e podemos produzir 100 mil unidades a mais por ano. Mas não temos garantias. Agora é hora de vender para que possamos atrair novos investimentos", diz ele.

O senhor acaba de inaugurar a ampliação da fábrica de São José dos Pinhais, com investimentos de R$ 500 milhões. A fábrica ficou parada por oito semanas para as obras – o que fez com que a marca perdesse a quinta posição no mercado para a Hyundai. A Renault quer alcançar 8% do mercado até 2016. No ano passado estava em 6,6%. A marca vai conseguir crescer em 2013?

Temos de crescer, mas se chegarmos a 6,7% estamos contentes porque prevemos estabilidade de mercado. Ficamos dois meses parados e isso afetou as vendas. Mas a partir de abril voltamos ao normal. Para isso teremos de, em alguns meses, ultrapassar os 7%. O nosso desafio é tornar a marca mais conhecida.

A Renault não é uma mar­­­­­­ca já conhecida do mercado?

Pesquisas mostram que 74% do brasileiros simplesmente não sabem quem é a Renault. E essa situação ocorre aqui também em Curitiba. Deveríamos ter uma participação maior nas vendas do que temos. Temos uma fábrica na região, que emprega mais de 6 mil pessoas. Para você ter uma ideia, aqui a Renault tem 12,8% de mercado, praticamente o mesmo porcentual que tem no Rio (12,5%). E lá não temos fábrica. Em Belo Horizonte, a Fiat (que tem fábrica em Betim, na região metropolitana) detém 34%.

A Renault produz no Brasil há quase quinze anos. O que deu errado. Há resistência à marca?

Não, pelo contrário, temos empatia. Mas a companhia demorou para ter bons resultados aqui. Demorou dez anos. Os primeiros números positivos vieram a partir de 2008, depois de uma mudança no mix de modelos, mais adequados ao mercado brasileiro. Hoje até nossa publicidade é nacional. Mas esse processo leva tempo.

Qual a estratégia da em­­presa?

Temos duas frentes. A primeira é dar visibilidade. Pa­­­­­trocinamos o Festival de Teatro de Curitiba, hoje temos o Expo Renault Barigui, que é um espaço de eventos. Temos o antigo Teatro Abril, em São Paulo, que hoje é Renault. Investimos em ações sociais como os R$ 1 milhão que estamos colocando no hospital do câncer em Londrina. Queremos estar mais próximos da comunidade. A outra estratégia é comercial. Vamos abrir 40 novos pontos de venda em 2013. Hoje temos 235 revendas. A ideia é abrir 30 por ano e a atingir, em três anos, 85% de cobertura do mercado brasileiro.

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