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"Os desafios econômicos globais de hoje exigem mais do que o G-8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia). Precisamos de um número maior de países à mesa." A declaração é de um dos líderes do próprio, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown.

O poder político do G-8, que se reúne a partir desta quarta-feira (8) em Áquila tem sido questionado também pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto as economias desenvolvidas passam por graves problemas impostos pela crise, os países emergentes buscam mais voz no processo decisório global.

Para o encontro desta semana, foram convidadas seis nações em desenvolvimento: Brasil, China, Índia, México, África do Sul e Egito. "Estou muito satisfeito que meu amigo Lula estará na reunião", disse Brown, que recebeu a Agência Estado, além de outros jornalistas dos países representados no encontro, para entrevista em sua residência oficial. O primeiro-ministro vê contribuições do presidente brasileiro em questões ambientais, energéticas e de combate à pobreza.

Apesar de afirmar que o G-8 não deixará de existir, Brown acredita que o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo, representadas por 19 países emergentes e desenvolvidos e pela União Europeia) tem um papel importante no desenvolvimento econômico mundial. "Vamos nos reunir de novo em setembro (em Pittsburgh, nos EUA), pela terceira vez em menos de um ano, porque há trabalho a fazer." Mas, ao contrário da disposição exibida durante a cúpula histórica do G-20 em Londres, em abril, Brown mostra agora uma postura apática, com semblante mais sério do que o já habitual.

Imerso em uma crise política, o líder britânico sofreu uma debandada de ministros recentemente, em meio aos escândalos dos gastos dos parlamentares e ao pior resultado eleitoral desde a Primeira Guerra Mundial. Para Brown, depois de lidar com a crise do sistema financeiro, o próximo desafio é retomar o crescimento econômico mundial, que virá com a volta do crédito, do comércio e dos investimentos.

Esse será o principal tema da agenda do G-8, acredita, a partir de uma análise sobre os progressos feitos desde as decisões do G-20. Apesar das crescentes observações sobre o papel do dólar como moeda de reserva internacional, o tema não deve ser tratado.

Em um momento que classifica como uma "segunda chamada de despertar", Brown afirma que continua vigilante com a situação financeira do mundo, pois é preciso buscar evidências de que os bancos estão fazendo as mudanças necessárias para um sistema mais transparente. "Vamos ser absolutamente claros: se nada mudar como resultado da crise, o mundo será um lugar mais instável e o crescimento não será sustentável.

Brown, que durante dez anos foi ministro de Finanças do país com um dos maiores centros financeiros do mundo, também defendeu uma regulação mais forte para os mercados. "Uma das lições que aprendemos é que, sem a prestação de contas necessária, os mercados podem operar contra o interesse público.

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