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Rio – A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu mais do que o esperado em fevereiro e chegou a 10,1%, ante 9,2% em janeiro. A demissão dos trabalhadores temporários contratados no fim do ano passado e o aumento da procura por uma vaga pressionaram a taxa, mas não evitaram a continuidade do processo de recuperação do rendimento dos ocupados.

Em fevereiro, o rendimento médio real nas seis regiões subiu para R$ 999,80, com acréscimo de 1% ante janeiro e 2,5% ante fevereiro de 2005. Para Cimar Azeredo, gerente da pesquisa, a elevação do desemprego já era esperada, mas em magnitude menor do que o ocorrido e a trajetória de alta deve prosseguir em março. Segundo ele, o primeiro trimestre tradicionalmente é de aumento do desemprego. Os analistas de mercado esperavam uma taxa ainda abaixo de 10%.

Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também considerou a alta acima do esperado, mas avalia que "tudo indica que essa elevação deve ser sazonal". Segundo ele, "um aumento na taxa de desemprego nunca é uma notícia boa", mas não deve ser permanente. "No segundo trimestre deveremos voltar a um patamar menor."

O analista da consultoria Tendências, Guilherme Maia, observou que os dados do mercado de trabalho em fevereiro confirmaram as expectativas de recuperação da renda e ritmo lento de aumento da ocupação. Segundo ele, a taxa surpreendeu para cima por causa do forte crescimento do número de pessoas procurando trabalho.

Para Azeredo, o dado "preocupante, o sinal de alerta" de fevereiro é que a taxa do mês subiu mais do que ocorre historicamente em relação a janeiro. Ainda que seja a menor taxa para um mês de fevereiro – em igual mês do ano passado foi de 10, 6% – desde o início da nova série da pesquisa, em março de 2002, o índice de fevereiro apresentou uma elevação de 0,9 ponto porcentual em relação a janeiro, um recorde de aumento na série da pesquisa para o período (janeiro para fevereiro). Além disso, foi a maior taxa desde maio do ano passado.

Azeredo observou que fevereiro foi "praticamente morto" na criação de vagas, já que houve queda de 0,4% – dado que o IBGE considera estabilidade – no número de ocupados ante mês anterior. O total de ocupados nas seis regiões ficou em 19,92 milhões, com aumento de 2,5% ante igual mês de 2005.

O número de desocupados, por outro lado, cresceu muito mais e elevou a população de desempregados nas seis regiões para 2,23 milhões em fevereiro, com aumento de 9,5% ante janeiro. Isso ocorreu porque mais pessoas procuraram trabalho no mês. O indicador manteve, entretanto, a tendência de queda (-3,6%) ante igual mês do ano anterior.

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