Campo Grande Os 91 mil quilômetros quadrados do Pantanal de Mato Grosso do Sul já estão mesclados de carvoarias, aproveitando a madeira gerada com o crescimento dos desmatamentos para formação de lavouras e de pastos para o rebanho bovino. A informação é parte do relatório preliminar da equipe do novo governo do estado, entregue ao secretário de Meio Ambiente, Carlos Alberto Said de Negreiro. Há pelo menos dois anos, estudo semelhante resultou na promulgação, no final de dezembro último, da Lei 3.348, que proíbe por 12 meses consecutivos "atividades de corte raso, exploração ou supressão da cobertura vegetal nativa na área da planície alagável do Pantanal, com cota de altitude menor ou igual a 150 metros".
"Essa lei precisa ser regulamentada. O prazo da proibição é de 12 meses, mas será que não é curto demais? Será que na área não alagável do Pantanal o desmatamento é permitido?", questiona Negreiro. Ele comentou que existem dois motivos principais para a devastação. Um deles é o grande potencial de consumo do carvão vegetal com a implantação do Pólo Mineiro-Siderúrgico de Corumbá, município conhecido como a Capital do Pantanal. O outro é a expansão da pecuária de corte, para atender os crescentes mercados consumidor nacional e internacional. "Trata-se de um processo que está pressionando perigosamente a fauna e a flora pantaneiras, exigindo solução urgente", reconhece Negreiro.
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