Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Renúncia fiscal

Desoneração da folha vai virar lei

Governo quer tornar permanente política que beneficia 56 setores da economia, mas não amplia benefício, conforme queriam os empresários

Ministro Guido Mantega, ao lado de Dilma e empresários, prometeu estender o benefício a outros setores nos próximos anos | Valter Campanato /Abr
Ministro Guido Mantega, ao lado de Dilma e empresários, prometeu estender o benefício a outros setores nos próximos anos (Foto: Valter Campanato /Abr)

O governo federal decidiu tornar permanente a política de desoneração da folha de pagamentos, mas, sem espaço fiscal, não conseguiu atender ao pleito dos empresários de ampliar o benefício para novos setores. Mesmo assim, e sem a definição se a presidente Dilma Rousseff continuará no poder a partir do próximo ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez promessas. "Para os próximos anos, novos setores serão incorporados, dando mais competitividade a toda estrutura produtiva brasileira", afirmou.

A desoneração da folha, que começou em 2011 e beneficia hoje 56 segmentos da indústria, serviços, transportes, construção e comércio, terminaria no fim deste ano. Para tornar a medida permanente, o governo enviará uma medida provisória ao Congresso ou articulará para incluir em uma emenda.

"Como isso começa a valer em 2015, temos tempo para ver qual o melhor caminho, não acredito que possa haver qualquer dificuldade dessa lei por parte do Congresso", disse Mantega, após reunião com Dilma e empresários no Palácio do Planalto.

Para sustentar as desonerações da folha de pagamentos nos quatro primeiros meses deste ano, o governo já abriu mão de R$ 7,663 bilhões. Isso porque a medida permite que as empresas contempladas deixem de pagar 20% da folha como contribuição patronal à Previdência Social e passem a pagar 1% ou 2% do faturamento, dependendo da atividade.

Em 2014, a expectativa é que a renúncia chegue a R$ 21,6 bilhões. Para os próximos anos, o governo não apresentou novos valores. "Deverá ser esse o número que vai ser replicar nos próximos anos. É claro que nos próximos anos você vai ter um aumento da força de trabalho e, portanto, pode ser que a renúncia seja um pouco maior", reconheceu o ministro.

Mantega lembrou que a desoneração já está prevista no orçamento deste ano e garantiu que será incluída nas previsões para o ano que vem, quando o governo poderia acrescentar novos segmentos no benefício.

Comemoração

A manutenção da desoneração foi comemorada pelo presidente da Bosch, Besaliel Botelho. "Essa medida contribui muito com o setor, que tem um uso intensivo de mão de obra, o que gera um alto custo, e ajuda na competitividade com os importados." O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, viu de maneira positiva a decisão. "Era uma medida amplamente esperada e celebrada pelos empresários e ela faz sentido."

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.