Os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) adiaram, nesta terça (17), a votação da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos. O projeto de lei teve um pedido de vista coletivo para os parlamentares analisarem a proposta por mais tempo.
A expectativa é de que o projeto volte a ser discutido na próxima semana. O relator da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA), rejeitou todas as mudanças realizadas no texto pela Câmara dos Deputados em especial nas alíquotas de contribuição previdenciária dos municípios.
“Uma nova redução revela-se desarrazoada, haja vista que o equilíbrio financeiro-atuarial do Regime Geral de Previdência Social deve ser sempre almejado e que existem, atualmente, situações mais prementes para o direcionamento das possíveis reduções de alíquotas – por exemplo, a drástica situação de fragilidade fiscal dos municípios”, disse o senador no relatório.
Angelo Coronel retirou do texto a redução da contribuição previdenciária para todos os municípios, que foi incluída pela Câmara em agosto após a aprovação do Senado em junho. Havia a previsão de reduzir as alíquotas para cidades com até 142 mil habitantes, que teriam a taxação reduzida de 20% para 8% dos salários dos servidores.
A Câmara, no entanto, ampliou a redução para todos os municípios com alíquotas progressivas a depender do PIB (Produto Interno Bruto) per capita.
O benefício aos municípios foi acrescentado ao projeto original que prevê a desoneração de impostos da folha de pagamento de 17 setores da economia até o dia 31 de dezembro de 2027. Neste regime, as empresas substituem a contribuição previdenciária de 20% sobre os salários dos empregados por uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
Se a versão original do Senado for restaurada e aprovada, o texto pode sair direto da comissão para a sanção presidencial. O projeto só volta ao plenário se algum senador pedir um recurso.
Na época, a aprovação do projeto pelo Senado foi duramente criticada pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que disse não entender o motivo da “pressa” em votar a prorrogação, já que o prazo vence apenas no fim do ano. Ele afirmou que há uma discussão específica sobre isso na segunda fase da reforma tributária sobre a renda, que deve ser proposta ainda neste ano.
-
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
-
Polícia política de Lula agora quer calar o X
-
Pacheco rebate Haddad e diz que Congresso não tem de aderir ao Executivo
-
Jogamos o “Banco Imobiliário” do MST e descobrimos que é mais chato que ver arroz orgânico crescer
Bônus para juízes, proposto por Pacheco, amplia gasto recorde do Brasil com o Judiciário
Quais impostos subiram desde o início do governo Lula e o que mais vem por aí
Perguntas e respostas sobre a reforma tributária; ouça o podcast
Carne deve ter imposto? Taxação de alimentos promete debate acirrado no Congresso
Deixe sua opinião