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Um grupo de dez haitianos ficou com destino incerto depois que todos foram demitidos da Movetec, uma fábrica de móveis metálicos em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, na semana passada. Eles haviam trabalhado apenas duas semanas no local e, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, as demissões ocorreram porque os estrangeiros estariam reclamando da jornada supostamente excessiva. No entanto, a direção da Movetec rebate a acusação e informa que eles foram dispensados porque não se enquadraram nos requisitos do período de experiência. A procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Ponta Grossa, Thais Athayde da Silveira, esclarece que não havia nenhum impedimento para a Movetec dispensar os funcionários. Porém, segundo ela, as demissões poderiam deixar os haitianos sem alimentação e moradia, já que viviam em alojamentos oferecidos pela própria fábrica. "Na última sexta-feira (25) realizamos uma audiência em que a empresa se comprometeu a pagar alimentação e hospedagem para eles até esta quarta-feira (30). Na próxima semana teremos uma reunião com entidades de Ponta Grossa para discutirmos o melhor encaminhamento para essas pessoas", afirma.

Ainda de acordo com a procuradora, será instaurado um inquérito para investigar as denúncias dos estrangeiros contra a empresa. Outros seis haitianos trabalham no local há mais de um mês e, segundo a empresa, estão satisfeitos com os empregos. Nessa mesma audiência, a Movetec se comprometeu a pagar o valor correspondente aos dias trabalhados e uma indenização de R$ 700 para cada um. Todos os dez trabalhadores chegaram a ficar hospedados num hotel no Centro de Ponta Grossa. No entanto, segundo a gerência do estabelecimento, sete deles deixaram o local entre esta segunda (28) e terça-feira (29) e viajaram para diferentes cidades do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo. Apenas três permanecem no hotel. A Prefeitura de Ponta Grossa, por meio de assessoria, informa que – por enquanto – não tem condições de oferecer abrigo a essas pessoas já que a Casa da Acolhida da cidade está sem vagas disponíveis. Encaminhamento Os dez haitianos foram encaminhados à empresa de Ponta Grossa pela Agência do Trabalhador de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Por meio de assessoria, a Prefeitura de Pinhais informou que os estrangeiros faziam parte do público atendido pelo Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) da cidade. Ainda segundo a assessoria, a própria empresa procurou a Agência em Pinhais com interesse na mão de obra dos haitianos. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa, Mauro César Pereira, os trabalhadores demitidos alegaram que a empresa havia se comprometido mantê-los empregados por pelo menos seis meses. "Além da demissão com apenas 15 dias de experiência, eles se queixaram de sobrecarga no trabalho". Por outro lado, a empresa informa que eles estavam num período de experiência que duraria 45 dias e que não estipulou nenhum prazo mínimo para mantê-los empregados.

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