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Petróleo

Dilma defende modelo de leilão adotado para o campo de Libra

A presidente disse ainda que há preconceito contra os chineses. Novas licitações de campos do pré-sal deverão ter mais campos em disputa

Dilma Rousseff está satisfeita com a forma como o leilão de Libra ocorreu e diz que modelo não precisa de ajustes | Ueslei Marcelino/ Reuters
Dilma Rousseff está satisfeita com a forma como o leilão de Libra ocorreu e diz que modelo não precisa de ajustes (Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters)

A presidente Dilma Rousseff atacou ontem críticos ao modelo de partilha, usado no leilão do Campo de Libra ocorrido na segunda-feira, no Rio. Sobre a licitação, considerada por ela "um sucesso", disse que há uma "certa incompreensão com o tamanho dessa ocasião".

Dilma fez um pronunciamento à nação na noite de segunda, em que negou que o leilão não é privatização do petróleo brasileiro. Ontem, ela ressaltou que "parte importante, significante das receitas produzidas no Campo de Libra ficarão com o governo federal".

A Petrobras, que já tinha 30%, ficará com 40% dos receitas provenientes do pré-sal. Empresas estrangeiras ficarão com 60%, mas terão que devolver ao governo 41,65% da produção, de acordo com o regime de partilha.

"Eu não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Sabe por quê? Porque aqueles que são contra o conteúdo local querem transferir a riqueza do pré-sal por outra forma para o exterior", disse ela ao apontar que o principal alvo seria o desenvolvimento de uma indústria naval nacional.

"Não tem por que modificar conteúdo nacional. Não tem por que modificar o papel da PPSA [estatal do pré-sal]. A PPSA controla o custo do óleo. Não tem por que tirar os 30% da Petrobras. Então, aqueles que querem mudar isso mostrem as suas faces e defendam. Não atribuam ao governo o interesse em modificar qualquer coisa. O governo está satisfeito com o modelo de partilha", completou.

Dilma classificou o consórcio vencedor, composto pelas petroleiras Shell, Total, CNPC e CNOOC, além da própria Petrobras, de "sólido", "com grandes empresas que, interessante, não têm preconceitos", ao contrário do que é externado aqui no Brasil, segundo ela, contra empresas chinesas.

"Até porque as empresas chinesas são uma das maiores do mundo. Controlam os fluxos comerciais, têm parcerias sólidas com a Shell em outros países, então é um consórcio de grandes empresas que têm a capacidade de explorar o pré-sal, de ter os recursos necessários para essa exploração não só os financeiros, mas os tecnológicos", disse.

"A Petrobras é, sem sombra de dúvidas, junto com a Shell, a grande empresa do mundo com especialização em águas profundas. A Shell também é", continuou.

Petrobras

Enquanto o leilão foi alvo de críticas dos presidenciáveis de 2014, foi também elogiado pela presidente da Petrobras, Graça Foster. Ainda ontem, ela disse a repórteres que ficou satisfeita com o trâmite. "As estratégias vão se afinando, grupos entram, grupos saem. O que é mais incrível é a complementaridade das competências, foi fantástico, algo de que eu não abriria mão". Graça afirmou ainda que o plano de negócios quinquenal da companhia se mantém até 31 de dezembro deste ano. "Em 2014 (é) outro plano, tudo começa de novo" , disse, sem adiantar ajustes.

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