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Dilma Rousseff está satisfeita com a forma como o leilão de Libra ocorreu e diz que modelo não precisa de ajustes | Ueslei Marcelino/ Reuters
Dilma Rousseff está satisfeita com a forma como o leilão de Libra ocorreu e diz que modelo não precisa de ajustes| Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters

Outros leilões terão mais áreas, diz diretor da ANP

Agência Estado

Os próximos leilões da região do pré-sal devem ofertar mais campos aos investidores, de acordo com o diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Helder Queiroz. O executivo afirmou que a agência não trabalha com outra área da dimensão de Libra, que tem estimativas de reserva entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris. O executivo também defendeu a participação da Petrobrás. "Libra é único em muitos aspectos. O risco é mais baixo e com um volume grande. A participação da Petrobras não foi um problema, prova é que ela ofereceu 10% a mais", pontuou. Segundo ele, um projeto da dimensão de Libra "comportava um termo mais restrito para o apoio à Petrobras, no universo de empresas que eventualmente poderiam trabalhar no offshore".

Queiroz afirmou que a empresa vai continuar pesquisando na região em busca de novas oportunidades, mas descartou uma reserva da mesma dimensão. "No estágio que temos hoje de conhecimento geológico da área, não vislumbramos nenhuma outra Libra. Mas a tendência nos próximos leilões é ter um numero maior de áreas com menor porte e risco variável", afirmou Queiroz.

Um próximo leilão de pré-sal só deve acontecer em, no mínimo, dois anos, segundo o executivo. "O contrato gera atrativo para as empresas e retorno muito significativo para o governo. A participação da Shell e da Total, denota isso", avaliou Queiroz. "Aprimoramentos sempre podem ter. Vamos ver o andamento e se considerar que algo pode ser melhorado, isso será feito."

A presidente Dilma Rousseff atacou ontem críticos ao modelo de partilha, usado no leilão do Campo de Libra ocorrido na segunda-feira, no Rio. Sobre a licitação, considerada por ela "um sucesso", disse que há uma "certa incompreensão com o tamanho dessa ocasião".

Dilma fez um pronunciamento à nação na noite de segunda, em que negou que o leilão não é privatização do petróleo brasileiro. Ontem, ela ressaltou que "parte importante, significante das receitas produzidas no Campo de Libra ficarão com o governo federal".

A Petrobras, que já tinha 30%, ficará com 40% dos receitas provenientes do pré-sal. Empresas estrangeiras ficarão com 60%, mas terão que devolver ao governo 41,65% da produção, de acordo com o regime de partilha.

"Eu não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Sabe por quê? Porque aqueles que são contra o conteúdo local querem transferir a riqueza do pré-sal por outra forma para o exterior", disse ela ao apontar que o principal alvo seria o desenvolvimento de uma indústria naval nacional.

"Não tem por que modificar conteúdo nacional. Não tem por que modificar o papel da PPSA [estatal do pré-sal]. A PPSA controla o custo do óleo. Não tem por que tirar os 30% da Petrobras. Então, aqueles que querem mudar isso mostrem as suas faces e defendam. Não atribuam ao governo o interesse em modificar qualquer coisa. O governo está satisfeito com o modelo de partilha", completou.

Dilma classificou o consórcio vencedor, composto pelas petroleiras Shell, Total, CNPC e CNOOC, além da própria Petrobras, de "sólido", "com grandes empresas que, interessante, não têm preconceitos", ao contrário do que é externado aqui no Brasil, segundo ela, contra empresas chinesas.

"Até porque as empresas chinesas são uma das maiores do mundo. Controlam os fluxos comerciais, têm parcerias sólidas com a Shell em outros países, então é um consórcio de grandes empresas que têm a capacidade de explorar o pré-sal, de ter os recursos necessários para essa exploração não só os financeiros, mas os tecnológicos", disse.

"A Petrobras é, sem sombra de dúvidas, junto com a Shell, a grande empresa do mundo com especialização em águas profundas. A Shell também é", continuou.

Petrobras

Enquanto o leilão foi alvo de críticas dos presidenciáveis de 2014, foi também elogiado pela presidente da Petrobras, Graça Foster. Ainda ontem, ela disse a repórteres que ficou satisfeita com o trâmite. "As estratégias vão se afinando, grupos entram, grupos saem. O que é mais incrível é a complementaridade das competências, foi fantástico, algo de que eu não abriria mão". Graça afirmou ainda que o plano de negócios quinquenal da companhia se mantém até 31 de dezembro deste ano. "Em 2014 (é) outro plano, tudo começa de novo" , disse, sem adiantar ajustes.

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