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Compra de moeda estrangeira não pode ser preocupação de última hora, alertam especialistas | Ronaldo Schemidt/AFP
Compra de moeda estrangeira não pode ser preocupação de última hora, alertam especialistas| Foto: Ronaldo Schemidt/AFP

As viagens ao exterior vão exigir planejamento redobrado dos turistas brasileiros que quiserem diminuir ao máximo o impacto do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compras com cartões de débito, carregamento de cartões pré-pagos, saques em moeda estrangeira fora do Brasil e compras de cheque de viagem (traveller checks).

Desde o último sábado, a alíquota do IOF para essas operações passou de 0,38% para 6,38%. Apenas a compra de moeda estrangeira feita ainda no Brasil continua sendo tributada em 0,38%, o que deve levar a uma corrida ao mercado de dinheiro vivo nas próximas semanas, acreditam os corretores das casas de câmbio, onde o impacto da nova tributação dos meios de pagamentos ainda é pequeno.

"Por enquanto ainda não temos parâmetro. Dentro de uns 10 dias será possível mensurar melhor as consequências desse aumento", afirma Juraci de Oliveira, gestor financeiro da Melhor Corretora de Câmbio (MCC), para quem a procura pelos cartões pré-pagos deve cair até 80% neste primeiro momento.

Alternativa

Com poucas opções para fugir do imposto, especialistas dizem que o planejamento e a compra antecipada da moeda estrangeira podem significar uma boa economia para quem vai sair do país. Quem deixar a questão da moeda para a última hora terá de incluir o IOF de 6,38% na conta, assim como já ocorre desde 2011 com as compras feitas no exterior com cartão de crédito. Neste caso, os consumidores ainda estão sujeitos ao risco da variação cambial.

As principais vantagens dos pré-pagos como Visa Travel Money, MasterCard Cash Passport e American Express Global Travel são a segurança e a comodidade, ressalta Marcelo Couto, gerente da Flex Câmbio. A princípio, a procura por esse meio de pagamento deve diminuir, mas diante dos benefícios a situação deve se estabilizar rapidamente.

Couto recomenda que as pessoas façam a conta e avaliem a viabilidade de pagar um pouco mais pela segurança e comodidade do cartão pré-pago diante da possibilidade de economia. Na última quinta-feira, por exemplo, o dólar turismo em espécie foi vendido a R$ 2,53 já com o IOF de 0,38% enquanto o dólar para carregar o cartão custava R$ 2,50 (mais o IOF de 6,38%), totalizando R$ 2,69. "Acredito que a praticidade dos pré-pagos vai falar mais alto", diz.

Política fiscal influenciou alta

Para alguns especialistas, o aumento da alíquota para compras à vista no exterior não tem o objetivo de elevar a arrecadação federal, cujo aumento estimado pelo governo para 2014 é de R$ 522 milhões, valor considerado baixo. A estimativa dos economistas é ainda menor: um acréscimo de apenas R$ 403 milhões no acumulado de 12 meses com o aumento do IOF. A justificativa do governo foi a de "conferir isonomia de tratamento às operações com moeda estrangeira realizadas por meio de cartões de crédito internacionais", tendo em vista que a alíquota de 6,38% já é aplicada para as compras com cartão de crédito no exterior desde 2011.

Além disso, um dos prováveis motivos apontados por analistas seria a preocupação com a política fiscal, agravada pela deterioração do balanço de pagamentos. O déficit na conta turismo representa quase um quarto do déficit em transações correntes do país (US$ 72 bilhões). "Se não tivesse preocupação com a saída de dinheiro, o governo deixaria o mercado como estava", afirma Reginaldo Galhardo, da corretora Treviso.

Dinheiro vivo

Com viagem marcada para a Colômbia onde vai visitar familiares, o professor Eloy Casagrande optou por levar dinheiro vivo após a mudança da tributação do IOF. Contrariado com a nova alíquota de 6% para compras à vista no exterior, ele preferiu à economia do dinheiro em espécie à segurança do cartão pré-pago e comprou US$ 2 mil. "Além da segurança, o pré-pago não tem taxas e a aceitação por parte dos estabelecimentos é muito boa, mas desta vez vou levar dinheiro".

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