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Veja como fecharam as bolsas ontem e no mês de outubro |
Veja como fecharam as bolsas ontem e no mês de outubro| Foto:

Brics

Ajuda russa só virá por meio do FMI

Agência Estado

Arkady Dvorkovich, assessor econômico da presidência da Rússia, afirmou que o governo de Moscou está pronto para ajudar a zona do euro a resolver a crise de dívida fornecendo até US$ 10 bilhões por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI). O assessor destacou a disposição da Rússia para fazer a ajuda via FMI, rejeitando contribuições bilaterais para o Fundo de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF). Na semana passada, Dvorkovich afirmou que contribuições para o fundo de resgate eram uma possibilidade, talvez complementando uma ajuda por meio do FMI.

Dvorkovich disse estar "cautelosamente otimista" com o acordo anunciado pelos líderes europeus na semana passada – que prevê aumento no poder de fogo da EFSF para cerca de 1 trilhão de euros. Autoridades europeias estão em conversas com vários países em busca de investimentos no fundo, e também deverão abordar a Rússia e outras nações emergentes. O Brasil já disse que prefere ajudar a zona do euro por meio do FMI.

Premier grego pede referendo sobre pacote

Folhapress

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, propôs ontem que o acordo da zona do euro para solucionar a crise do país, que inclui um perdão de 50% da dívida da nação e o corte de gastos públicos, seja levado a plebiscito. Em discurso para membros do seu partido, Papandreou declarou que nestes momentos o povo deve decidir com um referendo "se aprova ou não o acordo" e afirmou que, "se ele não for aceito, não será aplicado".

"Num momento em que o sistema político é alvo de ataques, é nosso dever mostrar o papel e o dever do cidadão sem intermediários, e isso é o referendo", declarou o premiê. O líder grego também anunciou que submeterá a gestão de seu governo a um voto de confiança do Parlamento. Para ser aprovado, ele precisa do apoio de 151 dos 300 deputados. O grupo de Papandreou, o socialista Pasok, tem 153 parlamentares, um apoio suficiente para evitar a convocação de eleições antecipadas.

Como parte do acordo decidido na semana passada por líderes da União Europeia, os bancos privados que detêm papéis da dívida grega aceitaram assumir perdas de 50%, o que equivale a 100 bilhões de euros. Com a amortização, a dívida grega corresponderá a 120% do PIB do país – atualmente está em torno de 145%.

  • O líder chinês, Hu Jintao (à esquerda), e o presidente austríaco, Heinz Fischer: China tem fé na

O ministro de Comércio da China, Chen Deming, prometeu ontem "suporte ativo" à Europa, no momento em que países do continente enfrentam dificuldades com suas dívidas soberanas. A declaração, dada durante visita de Chen à Áustria, é um indício de que Pequim pode investir no Fundo de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). "Todos os países estão no mesmo barco. Temos de nos manter juntos, para que a Europa possa se recuperar", afirmou Chen, segundo a Austria Press Agency. O ministro acompanha o presidente Hu Jintao em uma visita de Estado ao país europeu.

O líder chinês, no entanto, preferiu a cautela. Hu Jintao afirmou ontem acreditar que a União Europeia tem sabedoria suficiente e competência para superar seus problemas. "Nós estamos acompanhando atentamente os desdobramentos econômicos na UE em relação às atuais dificuldades", comentou após se encontrar com o presidente austríaco, Heinz Fischer. Hu também afirmou que a China considera os avanços da Europa muito positivos e que tem um parceria estratégica abrangente com a UE. Entretanto, o presidente não deu nenhum indício de que o país vá investir no EFSF.

Japão

José Manuel González-Páramo, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), disse ontem que é "muito provável" que o governo do Japão participe dos futuros leilões de bônus do EFSF. Os comentários foram feitos em uma entrevista para uma rádio espanhola. Também ontem, o diretor do EFSF, Klaus Regling, recebeu garantias do governo japonês de que o país vai continuar investindo no fundo de resgate e ajudará a combater a crise da dívida no continente.

Apesar das negociações com o Japão para o investimento na Europa, González-Páramo criticou intervenções isoladas no mercado de câmbio, em uma referência ao país, que vendeu ontem grandes quantidades de ienes para conter a valorização da moeda.

Coreia do Sul

A Coreia do Sul também estaria disposta a cooperar com o plano da Europa para solucionar a crise da dívida, disse o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, numa entrevista ao jornal francês Le Figaro publicada ontem. "Sabe­mos que a China e o Japão expressaram sua disposição em participar deste plano de resgate", disse Myung-Bak, referindo-se ao pacote financeiro para a zona do euro. "No encontro do G-20, vamos ter a oportunidade de ver se outros países vão organizar isso e em que termos. Uma discussão está planejada. Se necessário, é claro, a Coreia está disposta a colaborar", afirmou.

Myung-bak acrescentou que, enquanto o acordo da semana passada para reduzir a dívida grega e aumentar o poder de fogo do EFSF é positivo, ele teme que "as medidas possam não ser suficientes para evitar uma nova crise". Os líderes do G-20 vão se reunir no fim desta semana em Cannes, na França.

"Haircut" da Grécia não será repetido, diz BCE

Agência Estado

O "haircut" parcial dos bônus da Grécia não deve ser repetido por qualquer outro país da zona do euro, afirmou ontem Jean-Claude Trichet, no seu último dia de mandato como presidente do Banco Central Europeu (BCE), após oito anos no cargo. Segundo Trichet, que será substituído pelo o presidente do Banco Central da Itália, Mario Draghi, a Grécia precisa ser vista como um caso extraordinário. Na semana passada, os líderes da zona do euro fecharam um acordo segundo o qual a Grécia terá um corte nominal de 50% no valor de face nos seus bônus detidos por investidores privados.

"É da responsabilidade dos países, individualmente, serem totalmente consistentes com o que eles dizem, ou seja, que a Grécia foi a Grécia, todo mundo reconhece que é um caso extraordinário", disse Trichet em uma entrevista publicada no site da BBC ontem. Trichet também negou que seja "humilhante" para os países da zona do euro a procura por investimento da China na sua dívida soberana. "Estamos todos no mercado global, estamos todos interligados", disse ele. "É uma forma normal de negociar", acrescentou.

O presidente do BCE disse também que a economia da Grécia deveria ter sido mais atentamente avaliada antes de se juntar à zona do euro em 2001, mas afirmou que a Grécia não cometeu nenhum erro ao lidar com a crise da dívida soberana da zona do euro, acrescentando que os erros foram feitos por governos e investidores.

Na entrevista, Trichet disse que os governos, e não os bancos centrais, são responsáveis pela manutenção da estabilidade financeira. "É preciso cuidado, porque não é nosso trabalho assegurar a estabilidade financeira no âmbito soberano – é seu: individual e coletivamente", disse Trichet, dirigindo seus comentários aos líderes do governo. "Não há decisão fácil para um banco central em nenhum momento", afirmou Trichet.

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