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Álcool - Usineiros criticam preços altos na bomba

Apesar da colheita da cana, que fez baixar o preço do álcool nas usinas em 30% nas últimas quatro semanas, o produto só caiu 10% nas bombas no mesmo período, pelos cálculos do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal do Paraná e da Agência Nacional do Petróleo. Já as distribuidoras baixaram o preço do álcool em 11%.

Cerca de 20% da cana plantada no estado já foi colhida, de acordo com o vice-presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do estado (Alcopar), Ricardo Rezende. O preço praticado pelas usinas passou de R$ 0,901 na 1.ª semana de maio para R$ 0,646 na semana passada. A lentidão com que esta queda é repassada ao consumidor incomoda os usineiros, que acreditam que preços mais atraentes elevariam o consumo de álcool. Para Rezende, não há justificativa para a manutenção de preços altos, já que os estoques dos postos duram no máximo uma semana. "Se a redução de preço das usinas fosse aplicada, o álcool deveria custar entre R$ 1,15 e R$ 1,25 nos postos", diz.

O preço dos combustíveis na capital subiu cerca de 10% neste fim de semana – quando o consumidor começava a aproveitar a "guerra de preços" entre postos de combustíveis, que chegaram a baixar o preço da gasolina a R$ 2,02 na semana passada. Agora, a proximidade do feriado de Corpus Christi (7 de junho) e aumentos nas distribuidoras devem mexer novamente com o bolso dos motoristas.

O preço médio da gasolina verificado nesta segunda-feira em 15 postos dos bairros Centro, Cabral, Bacacheri, Tarumã, Alto da XV e em Pinhais (região metropolitana de Curitiba) foi de R$ 2,30, alta de 10% ante o preço praticado por vários postos da cidade na semana passada, R$ 2,09.

O preço médio do álcool, pelo mesmo levantamento, é de R$ 1,42, ou 7% acima do preço mínimo encontrado pela reportagem na semana passada (R$ 1,29).

Já levando em conta a coleta de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP) – divulgada com defasagem de uma semana – o preço da gasolina teria caído R$ 0,03 na semana passada. De acordo com a página da ANP na internet, o preço do álcool também teria caído no período, de R$ 1,57 para R$ 1,45.

No entanto, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Roberto Fregonese, confirma que a alta de preços ocorreu e atribui o fato a aumentos praticados pelas distribuidoras.

"Na semana passada algumas companhias distribuidoras vendiam o litro da gasolina a R$ 1,99, mas ontem o elevaram para R$ 2,19. Subiram porque estavam vendendo até mesmo abaixo do preço de custo", diz. Segundo ele, os postos ainda não repassaram a alta totalmente.

Assim, Curitiba tem tendência de nova alta. "Com as baixas margens de lucro que estão sendo praticadas pelos postos, as empresas não agüentam por muito tempo", afirma Fregonese.

Ele nega que haja qualquer relação entre o aumento de preços e a proximidade do feriado, ao contrário do que dizem gerentes de postos. "Todo feriado o preço aumenta", diz Alexandre Botta, gerente de um posto Esso.

Alguns estabelecimentos praticam preços fora da média, como o posto Esso da Avenida João Gualberto, que há 60 dias vende o litro do álcool a R$ 1,79, e o posto situado dentro do estacionamento do Carrefour de Pinhais, que tinha nesta segunda-feira álcool a R$ 1,21 e gasolina a R$ 2,08. Outros não mudam o valor na bomba, nem para cima ou para baixo. "O álcool está a R$ 1,59 há cinco meses", diz o gerente de um posto BR da Avenida Victor Ferreira do Amaral.

Apesar dos sobressaltos, o Paraná tem os preços mais baixos na comparação entre os estados. Pelo levantamento da ANP, a gasolina caiu 3% nas últimas quatro semanas, custando R$ 2,25 na semana passada. O álcool caiu mais, 9%, para R$ 1,48.

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