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A presidente Dilma Rousseff em reunião com chefes de Estado africanos, em maio | Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
A presidente Dilma Rousseff em reunião com chefes de Estado africanos, em maio| Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Cada brasileiro será obrigado a doar R$ 8 para a África. É quanto vai custar a decisão da presidente Dilma Rousseff de perdoar 80% da dívida acumulada por uma dúzia de países africanos com o Brasil.Eles compraram R$ 1,9 bilhão em produtos e serviços no mercado nacional nas últimas três décadas. Não pagaram. Agora, os prejuízos serão socializados entre 190 milhões de brasileiros.

Juntos, têm uma população equivalente à do Brasil. A maioria sobrevive com menos de R$ 3 por dia, em regiões onde a expectativa de vida não chega a 65 anos e a mortalidade infantil é três vezes maior que nas áreas mais pobres do Nordeste brasileiro.

Quatro países concentram mais da metade dessa dívida africana com o Brasil: Congo-Brazzaville, Sudão, Gabão e Guiné Equatorial. São nações cuja riqueza em petróleo e gás contrasta com a pobreza extrema em que vive a maior parte dos seus 41 milhões de habitantes, governados por ditadores cleptocratas.

Os presidentes do Congo-Brazzaville, Sudão, Gabão e Guiné Equatorial, alguns de seus familiares e principais assessores enfrentam processos em diferentes tribunais da Europa e dos Estados Unidos. Entre as múltiplas acusações, destacam-se roubo e desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito, corrupção, lavagem de dinheiro e até genocídio.

Em 22 de maio, a presidente Dilma Rousseff pediu ao Senado autorização para renegociar a dívida de R$ 793,3 milhões (US$ 352,6 milhões) que o Congo-Brazzaville mantém com o Brasil desde os anos 1970. Na mensagem aos senadores, ela informou o perdão de 79% da dívida, o equivalente a R$ 630 milhões (US$ 280 milhões).

Há quinze dias, enquanto o Senado brasileiro aprovava sem debater o milionário perdão da dívida do Congo, a polícia francesa confirmou as suspeitas que ligavam o presidente congolês Denis Sassou Nguesso a uma rota de desvio de dinheiro do governo do seu país para contas de membros da sua família na França.

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