Brasília (Folhapress) A dívida do governo em títulos ultrapassou os R$ 900 bilhões pela primeira vez. Em junho, essa dívida cresceu 1,98%, ou R$ 17,58 bilhões, e chegou a R$ 905,51 bilhões. Apesar de ter atingido esse patamar, a trajetória da dívida está dentro do planejado pelo Tesouro Nacional. De acordo com o Plano de Financiamento Anual (PAF), a dívida mobiliária (títulos) irá encerrar o ano entre R$ 940 bilhões e R$ 1 trilhão. "Em linhas gerais, a gente está dentro do plano de financiamento", lembrou Paulo Valle, coordenador-geral da dívida.
A maior parte desse aumento (R$ 13,28 bilhões) é conseqüência da incidência de juros sobre a dívida. Entre setembro do ano passado e maio deste ano, a taxa básica de juros, a Selic, passou por nove elevações e agora está em 19,75%. O fato de a Selic estar em um patamar muito elevado é danoso para a dívida pública porque mais da metade dos títulos são remunerados por essa taxa. Ou seja, quanto mais sobe, mais alta fica a dívida brasileira. Só no primeiro semestre a dívida mobiliária do governo cresceu R$ 95,52 bilhões.
Apesar disso, houve uma pequena queda na parcela da dívida que é formada por esses títulos, que são os pós-fixados e oscilam com as mudanças de humores no mercado. Eles passaram de 57,24% para 56,56% do total, com a retirada de R$ 4,3 bilhões de Letras Financeiras do Tesouro, que seguem a Selic.
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