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| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Tesouro descarta nova ajuda fiscal ao setor elétrico

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, descartou um novo socorro ao setor elétrico por meio de aumentos de impostos. Segundo ele, a medida não está em discussão na equipe econômica. "Não há debate nem discussão sobre o assunto. Não achamos necessário socorrer o setor elétrico com fonte fiscal", declarou.

Segundo ele, o governo gastará somente os R$ 13 bilhões previstos para ajudar a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que subsidia as tarifas do setor elétrico, neste ano. Desse total, R$ 9 bilhões tinham sido aprovados no Orçamento Geral da União e R$ 4 bilhões fazem parte do pacote de socorro ao setor elétrico anunciado em março.

O secretário descartou apenas um novo socorro com recursos fiscais e não comentou se um novo financiamento à Câmara de Comercialização da Energia Elétrica (CCEE), associação que reúne as distribuidoras de energia, será necessário.

Além do aporte de R$ 4 bilhões na CDE, a ajuda ao setor contou com um empréstimo de R$ 11,2 bilhões à CCEE para as empresas de energia poderem arcar com os custos da energia termelétrica, mais cara que a hidrelétrica.

Graças aos dividendos das estatais, o governo central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – cumpriu a meta de superávit primário estipulada para o primeiro quadrimestre do ano. Segundo números divulgados pelo Tesouro Nacional, o esforço fiscal nos quatro primeiros meses do ano somou R$ 29,660 bilhões, 8,7% a mais que no mesmo período do ano passado. A meta de superávit primário estabelecida para o quadrimestre era R$ 28 bilhões.

INFOGRÁFICO: Veja o esforço fiscal do governo

O cumprimento da meta fiscal só foi possível porque o Tesouro obteve R$ 8,231 bilhões de dividendos de estatais entre janeiro e abril, valor oito vezes superior ao registrado no mesmo período de 2013 (R$ 1,008 bilhão). Apenas em abril, foram R$ 2,341 bilhões, a maior parte da Petrobras. Os dividendos são a parcela do lucro que as empresas destinam aos sócios e proprietários. No caso das estatais, o maior acionista é o Tesouro Nacional.

O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. O esforço fiscal permite a redução do endividamento do governo no médio e longo prazos. Para este ano, a meta do governo central é economizar R$ 80,8 bilhões, equivalentes a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). Os estados e municípios deverão fazer esforço fiscal de R$ 18,2 bilhões – 0,35% do PIB. No total, o superávit primário do setor público deverá fechar o ano em R$ 91,306 bilhões – 1,9% do PIB. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, garantiu que o governo conseguirá atingir sua meta fiscal esse ano, de 1,9% do PIB. "Reitero que a previsão de receita é conservadora", disse.

Apenas em abril, o governo central registrou superávit de R$ 16,597 bilhões, mais que o dobro dos R$ 7,337 bilhões economizados no mesmo mês do ano passado. O resultado é o melhor para o mês desde 2010, quando o esforço fiscal tinha somado R$ 16,6 bilhões. No acumulado do ano, o esforço fiscal é superior ao de 2013, mas ainda é 36,6% menor que o registrado nos quatro primeiros meses de 2012 (R$ 46,799 bilhões).

Gastos públicos

Diferentemente dos últimos meses, quando os gastos cresciam mais que a entrada de recursos, o resultado de abril indicou um equilíbrio entre a evolução das despesas e das receitas. A receita líquida cresceu 9,9% no primeiro quadrimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, contra aumento de 10% nas despesas totais.

"A abertura dos números do governo foi boa. Houve um bom controle dos gastos, com as despesas de custeio e de pessoal ficando praticamente estáveis", analisou o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "A contabilidade criativa desta vez veio das despesas", afirmou o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria Integrada.

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