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O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Merca­dante, disse ontem que o seu ministério perderá R$ 12 bilhões em arrecadação caso seja alterada a distribuição dos royalties do petróleo. Somente neste ano, segundo ele, a perda chegaria a R$ 900 milhões. As declarações foram feitas durante o 23.º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos, que acontece na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

Para o ministro, parte dos "dirigentes do país" não tem uma visão de longo prazo para a aplicação dos recursos oriundos de royalties e participações governamentais a serem geradas pela produção futura do pré-sal. Mercadante defende uma distribuição menos concentrada em estados e municípios, e quer a aplicação majoritária dos recursos em um fundo soberano destinado a investimentos em educação, ciência e tecnologia.

Somente dessa forma, diz, o Brasil poderá dar um salto de qualidade nessas áreas, que são importantes para promover o desenvolvimento. Mercadante afirmou ainda que importantes setores de alta tecnologia têm pouca participação na balança comercial brasileira – como fármacos e medicamentos, bens de capital e equipamentos para telecomunicações – e demandam mais investimento e financiamento público.

O presidente da Finan­ciadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, afirmou que a instituição precisa multiplicar por dez o seu orçamento a fim de conseguir equacionar as necessidades de financiamento a inovação, tecnologia e pesquisa e desenvolvimento. Para Arbix, há necessidade de que ao menos 30% dos investimentos globais do país sejam destinados a essas áreas. No ano passado, a Finep financiou R$ 4 bilhões, segundo Arbix, que diz que seria necessário multiplicar por dez o orçamento do órgão nos próximos 10 anos, pulando para algo como R$ 40 bilhões. Segundo ele, há necessidade de o país aplicar ao menos 30% dos investimentos globais nas áreas de ciência e tecnologia. Enquanto em países como os Estados Unidos, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento giram em torno de US$ 400 bilhões, no Brasil, este montante não passou de US$ 24,2 bilhões em 2009.

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