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A Ferroeste, empresa estatal que administra a ferrovia entre Cascavel e Guarapuava, vai receber cerca de 6 mil peças de reposição para locomotivas e vagões que pertenciam à antiga Rede Ferro­viária Federal (RFFSA). O acordo foi fechado com o Dnit, órgão do Ministério dos Transportes que detém parte do patrimônio da extinta empresa federal – parte significativa ficou com a ALL após a privatização da RFFSA, em 1996.

O material repassado para a Ferroeste equivale a cerca de R$ 15 milhões em valor de mercado. A maior parte das peças está armazenada em Campinas, Sorocaba e Bauru, no interior de São Paulo, e deve ser transferida às oficinas da empresa em Guarapuava e Cascavel até o fim deste ano. De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutra e Logística, José Pepe Richa, o custo da recuperação dos equipamentos só será estimado a partir da chegada deles às oficinas. O objetivo é que essas peças sejam usadas nas atuais locomotivas da empresa, aumentando o número de máquinas para nove até o fim do primeito semestre de 2012 – hoje há seis em operação.

Procurado, o Dnit não informou especificamente qual foi o modelo usado na cessão dos bens. A nota da assessoria de imprensa diz apenas que "não se optou pela venda, simplesmente porque são peças específicas para ferrovia, e em se tendo uma empresa estatal que necessitava das peças para a manutenção de seus ativos, não se justificava a venda para terceiros". O órgão federal também afirmou que são gastos R$ 20 mil ao mês com a segurança para o armazenamento dos equipamentos.

Em outubro passado, a Con­troladoria-Geral da União (CGU) iniciou uma investigação para apurar a venda irregular do patrimônio da RFFSA. Um relatório da Polícia Federal apontou que equipamentos que ainda poderiam ser utilizados ou recuperados eram vendidos como sucata pelo Dnit, num possível caso de enriquecimento ilícito.

Ampliação

Deficitária há anos, a Ferroeste tem um projeto antigo de ampliação da linha ferroviária – hoje a empresa atua em apenas 250 quilômetros, o que limita sua capacidade de faturamento. Ao assu­­mir o governo no início do ano, a administração estadual prometeu dar prioridade à expansão da linha. Segundo Pepe Richa, o Estu­do de Viabilidade Técnica, Econô­mica e Ambiental (EVTEA) do trecho Guaíra-Cas­cavel, cuja concessão já pertence à Ferroeste, começará a ser discutido novamente pelo Dnit na semana que vem. Uma segunda ampliação prevista seria a linha Guarapuava-Parana­guá.

"Infelizmente, o que aconteceu no Ministério [dos Transportes] atrapalhou nossos planos", afirma o secretário, referindo-se ao escândalo de corrupção que derrubou vários diretores e o titular da pasta, Alfredo Nascimento, em julho passado. "Retomamos a negociação com a atual diretoria e esperamos dar continuidade ao projeto de expansão", acrescenta.

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