Brasília (AE) Os indicadores das contas públicas foram condensados no documento intitulado "O Brasil Virando Onça", uma tentativa de comparar o desempenho macroeconômico do Brasil ao dos chamados "tigres asiáticos", as nações da Ásia que passaram um boom econômico nas últimas duas décadas e que, ainda hoje, continuam a registrar invejáveis taxas de expansão da atividade.
O documento, de 17 páginas, com a foto ilustrativa do felino conclui que o país, nos últimos três anos, "aproveitou o bom momento para confirmar a responsabilidade fiscal, superar a restrição externa, avançar na agenda microeconômica, transformar a composição da dívida pública e investir e melhorar as condições de vida da população".
No texto, é apontada expansão do PIB de 3% em 2005, o que contraria as projeções do BC de crescimento da economia brasileira de 2,6% no período. Em entrevista no Ministério da Fazenda, cerca de seis horas depois da divulgação do material, Levy afirmou que a estimativa de crescimento de 3% não é "real" e que se tratava do porcentual registrado no último decreto de Programação Orçamentária, de dezembro passado.
Na análise, o Tesouro explorou uma "constelação de projeções benignas para o país" nos próximos anos. O documento afirma que é possível chegar a 2010 a um cenário em que as contas públicas se aproximariam de um déficit nominal zero e um nível de dívida próximo ao do México, caso sejam mantidas as perspectivas de redução da dívida pública em relação ao PIB no período.
Esse cenário considera também as expectativas de um superávit primário de 4,25% do PIB nas contas públicas e de crescimento econômico de 3,5% a 4% ao ano. O Tesouro também traça cenários para a dívida líquida até 2011, que mostram que ela pode cair para um nível entre 40 2% e 36,9% do PIB.
O material reuniu até mesmo um quadro comparativo entre os indicadores econômicos registrados em períodos anteriores às eleições presidenciais. Muitos dados de 2005 são melhores como as exportações (US$ 118,31 bilhões), o superávit em transações correntes (US$ 14,2 bilhões) e a dívida externa pública (US$ 87,6 bilhões).
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