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O dólar ampliou a alta para 1% em relação ao real nesta quinta-feira (15), após a Fitch rebaixar o Brasil e sinalizar que o país pode perder seu selo de bom pagador no próximo ano, ao colocar o país com perspectiva negativa.

Segundo operadores, esse cenário deve levar o mercado a ficar mais sensível nos próximos dias, mas não deve servir de gatilho para mais uma rodada de pânico como a que assombrou os mercados no mês passado, uma vez que muitos operadores já haviam antecipado à decisão da agência.

Às 12h41, o dólar avançava 1,07%, a R$ 3,8534 na venda, após atingir R$ 3,7801 na mínima do dia e R$ 3,8773 na máxima.

“O mercado só vai reagir com bastante força quando houver de fato uma retirada do grau de investimento”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. “Por enquanto, (a decisão da Fitch) deixa o mercado com o radar ligado, mais sensível a altas”.

Fitch rebaixa nota do Brasil, mas país mantém selo de bom pagador

Rating foi colocado sob perspectiva negativa. Agora, o Brasil está no último degrau antes do nível especulativo

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A Fitch cortou a nota do Brasil de “BBB” para “BBB-”, último degrau que garante o chamado grau de investimento, e manteve a perspectiva negativa, sugerindo que outro rebaixamento é possível ao longo do próximo ano.

Outros mercados brasileiros, como os juros futuros e a Bovespa, tiveram reações contidas às decisões. .

Segundo operadores, o mercado brasileiro continua mais sensível que seus pares devido à crise política. A indefinição sobre eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff vem pressionando o câmbio e levou o dólar a marcar a maior alta diária sobre o real em mais de quatro anos na terça-feira (13).

Analistas da Guide Investimentos destacaram em nota clientes o “noticiário político ainda intenso”, mas ressaltaram que “tudo indica que continuaremos em ‘stand by’: Cunha e Planalto tentam costurar acordão”, referindo-se ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Juros nos EUA

Pela manhã, o dólar já havia esboçado movimento de alta, após dados sobre a inflação e o mercado de trabalho nos Estados Unidos atenuarem um pouco as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não eleve os juros neste ano.

Pesquisa da Reuters mostrou que a expectativa de economistas é que o Fed eleve a taxa de juros em dezembro, mas a confiança nessa aposta vem diminuindo.

“Nos últimos dias houve muito pessimismo sobre os EUA, com o mercado discutindo até uma alta de juros só no meio do ano que vem. Os dados de hoje estão fazendo essas especulações voltarem um pouco, ajustarem-se à realidade”, disse o operador de um importante banco internacional, sob condição de anonimato, lembrando que os juros baixos nos EUA beneficiam mercados emergentes, com investimentos mais atrativos.

Swaps

O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 5,118 bilhões, ou cerca de metade do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.

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