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Levantamento da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) revelou que a valorização do real e custos como carga tributária e logística estão estimulando as importações de produtos. Cerca de 79% das empresas do setor ouvidas na sondagem informaram que pretendem incrementar as importações de produtos acabados em 2006. Destas, 42% trarão produtos de fora como complemento de linhas produzidas no país, e 21% o farão em substituição de linhas até então produzidas aqui.

No primeiro trimestre, segundo a Eletros, as importações de produtos eletroeletrônicos cresceram cerca de 36% em relação ao mesmo período de 2005. No ano passado, o volume de importações já havia sido 56,41% maior que em 2004, atingindo US$ 475,9 milhões.

- A valorização excessiva do real e o elevado custo Brasil estão desestimulando a produção nacional no setor eletroeletrônico de consumo - afirmou o presidente da Eletros, Paulo Saab.

Segundo ele, o impacto desses fatores desfavoráveis é diferenciado e varia de acordo com a linha de produto. Na linha branca, as importações no primeiro trimestre atingiram US$ 20,38 milhões, com um incremento de 173% em relação a igual período de 2005. Embora o total importado ainda represente uma parcela pequena comparada às exportações - que somaram US$ 107,55 milhões - o ritmo de crescimento das importações preocupa o setor.

Nos produtos de imagem e som, as importações cresceram 16,7% no primeiro trimestre, situando-se em US$ 115,79 milhões, e em eletro portáteis o incremento foi de 130,83%, com importações de US$ 20,87 milhões. No primeiro caso, a importação está sendo puxada pelas TVs com novas tecnologias, e no caso de portáteis, pelos produtos chineses.

Para garantir maior competitividade, a indústria eletroeletrônica de consumo também vem ampliando a importação de componentes. Segundo a pesquisa da Eletros, 63% das empresas prevêem importar mais componentes este ano em função do custo menor propiciado pela valorização do real e pela maior competitividade do produto importado.

- A importação é um movimento que atinge todas as etapas da cadeia produtiva - observa Saab.

O setor compete ainda com produtos ilegais, que ingressam no país por meio do contrabando, e que está dominando, por exemplo, o mercado de produtos áudio portáteis. Em 2005, o contrabando representou mais de 60% das vendas de produtos áudio portáteis (rádio toca-fitas de bolso, aparelhos portáteis combinados com aparelho de gravação ou de reprodução de som e rádio-relógio), o equivalente a R$ 250 milhões, segundo estimativa da Eeletros. Este ano a situação continua se agravando.

- Em 2006, a quase totalidade do mercado de áudio portáteis, estimada em torno de R$ 500 milhões, deverá ser de produtos contrabandeados, sendo que a importação legal de produtos deverá ser residual - estimou Saab, observando que o ano deverá marcar o encerramento quase total da produção nacional dos produtos áudio portáteis.

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