O dólar caiu quase 1% nesta sexta-feira (14), voltando a ficar abaixo de R$ 3,50, refletindo o alívio no mercado externo após o yuan interromper série de três dias consecutivos de depreciação, e com a percepção de menor risco político local.
A moeda norte-americana caiu 0,87%, a R$ 3,4831 na venda. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,71%.
“Todas as notícias hoje colaboraram para um quadro mais tranquilo”, disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, acrescentando que se o cenário político continuar melhorando, a tendência de médio prazo é que a pressão sobre o câmbio diminua.
“Se o quadro político realmente se confirmar mais tranquilo, acho que podemos voltar a uma cotação mais próxima de R$ 3,20, mas isso não é imediato, ainda levaria algum tempo”, disse.
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Os investidores enxergaram chances menores de a presidente Dilma Rousseff não terminar seu mandato após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidir que as contas do governo devem ser analisadas em sessão conjunta do Congresso Nacional, e não separadamente pela Câmara dos Deputados ou Senado.
Com a decisão, perdeu força a articulação do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para apreciar as contas da presidente de 2014, sob análise no Tribunal de Contas da União (TCU).
“O mercado teve um surto, mas está voltando à realidade. Não dá para trabalhar com um cenário de impeachment como cenário-base”, disse o tesoureiro-chefe de um banco nacional.
No exterior
No cenário externo, o dia também foi mais calmo. O yuan chinês fechou esta sexta-feira praticamente estável, com operadores afirmando que uma combinação de mensagens tranquilizadoras de reguladores e ordens de compra de bancos estatais limitaram os movimentos do mercado. A queda da moeda chinesa nas três sessões anteriores vinha prejudicado o apetite por ativos de mercados emergentes.
No fim do dia, os ministros das Finanças da zona do euro concordaram com o terceiro programa de resgate para a Grécia, no valor de até 86 bilhões de euros em três anos.
Swaps
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 4,367 bilhões, ou cerca de 44%, do total de US$ 10,027 bilhões e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
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