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O dólar fechou na mínima em uma semana ante o real nesta quinta-feira, refletindo a perda de valor da moeda em todo o mundo e a atuação mais modesta do Banco Central no mercado de câmbio.

A cotação recuou 0,54%, a R$ 1,663 na venda, no menor nível desde o último dia 9, quando terminou a R$1,661.

Seguindo o script das últimas sessões, a divisa passou praticamente toda a manhã em torno da estabilidade, mas à tarde firmou tendência de baixa, conforme o euro se recuperava.

"Já faz tempo que a tendência para o dólar é de baixa. Essa alta do euro apenas facilita a queda", afirmou Ovídio Soares, operador de câmbio da corretora Interbolsa do Brasil.

A divisa europeia superava US$ 1,36 no final da tarde, repercutindo o alívio de investidores com o êxito de França e Espanha ao realizarem leilões de títulos públicos. Os dois países venderam juntos US$ 11,87 bilhões.

Ao mesmo tempo, o dólar cedia 0,3% contra uma cesta de divisas.

"Além disso, você ainda tem dinheiro entrando no Brasil, e nesse cenário é difícil o dólar subir", completou Soares, lembrando os números relativos ao fluxo cambial reportados na véspera.

Segundo o BC, os ingressos líquidos somaram US$ 2,585 bilhões em fevereiro até o dia 11. Somente em janeiro, o superávit cambial ficou em US$ 15,513 bilhões.

"O relatório semanal do BC sobre fluxo destaca a força dos ingressos via setor financeiro ao Brasil", escreveu em nota a clientes a analista Flavia Cattan-Naslausky, do RBS Secutiries.

De acordo com Reinaldo Bonfim, diretor da Pioneer Corretora, o fato de a autoridade monetária ter feito apenas um leilão de compra de moeda estrangeira nesta sessão também favoreceu a baixa do dólar.

"E mesmo os que ele vem fazendo nos últimos dias têm tido impacto pequeno. O mercado vende para ele o que tem e logo depois aproveita para derrubar mais a taxa de câmbio", comentou.

Na operação no segmento à vista realizada nesta sessão, o BC definiu como corte a taxa de US$ 1,6625. Na segunda-feira, a autoridade chegou a intervir quatro vezes no mercado de câmbio.

"O real tem atratividade devido ao 'carry trade', mas o governo está intensificando as intervenções, e o real está caro em termos reais. No curto prazo, a moeda deve continuar oscilando entre R$ 1,65 e R$ 1,75", escreveram os analistas da área de pesquisa de câmbio do Barclays Capital.

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