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O dólar fechou em queda de mais de 2% ante o real pela segunda sessão consecutiva nesta segunda-feira (23), diante da tranquilidade nos mercados internacionais, com investidores deixando de lado por ora as turbulências políticas locais e se concentrando na expectativa de liquidez abundante nos mercados financeiros globais.

Bovespa fecha em leve queda por realização de lucros

O principal índice da bolsa paulista fechou em leve queda nesta segunda-feira (23), após um pregão sem tendência definida, em meio a um movimento de realização de lucros na sequência de uma semana de ganhos, com ações do setor financeiro guiando as perdas.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa recuou 0,25%, a 51.837 pontos. O volume financeiro da sessão somava R$ 5,2 bilhões.

Também fez preço na Bovespa a trégua global do dólar, que respingou no mercado de câmbio local e enfraqueceu ações de algumas exportadoras brasileiras.

O noticiário corporativo também foi intenso e incluiu o desdobramento de ações da Gol, que impulsionou os papéis da companhia aérea.

A moeda norte-americana recuou 2,63%, a R$ 3,1453 na venda. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 900 milhões. Nas últimas duas sessões, a divisa acumulou queda de 4,59%.

“O resumo é que o mercado está volátil, tanto para baixo quanto para cima”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. “O investidor não sabe onde o dólar vai se assentar, então quando vê um movimento mais acentuado, acompanha a manada”.

Cenário

Apostas de que o Federal Reserve não deve ter pressa para elevar os juros nos Estados Unidos e a liquidez adicional providenciada pelo programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE) têm gerado algum alívio no mercado brasileiro de câmbio nas últimas sessões, apesar das persistentes preocupações com a viabilidade do ajuste fiscal no país.

Atritos entre o governo federal e o Congresso Nacional vêm dificultando a implementação das medidas de reequilíbrio das contas públicas prometidas pela equipe econômica liderada pelo ministro Joaquim Levy. O quadro de fundamentos macroeconômicos deteriorados e expectativas de que o Banco Central brasileiro possivelmente não estenda sua intervenção no mercado de câmbio somam-se aos ruídos.

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A estrategista para a América Latina do Jefferies, Siobhan Morden, defendeu em relatório que boa parte das notícias negativas já estão embutidas na atual cotação do dólar, ressaltando que o câmbio pode ter mais uma onda de alívio se a Petrobras divulgar seu balanço auditado. Ela salientou, contudo, que o processo de ajuste fiscal deve ser longo e arrastado, sustentando a volatilidade no mercado.

“Há dificuldades par avaliar o risco de crédito durante o que parece ser um processo longo para restaurar a âncora fiscal sem apoio parlamentar, com o persistente escândalo da Petrobras e a iminente recessão econômica”, disse ela. “Dito isso, os mercados já descontaram cenários extremos”.

Swap cambial

Na manhã desta segunda, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, divididos igualmente entre os vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de março de 2016. Os contratos colocados equivalem a uma posição vendida em dólar e têm volume correspondente a US$ 97,7 milhões.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, rolou cerca de 57%, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

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