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Fluxo de dólares para comprar títulos no Brasil faz com que BC não tenha sucesso na tentativa de conter queda na cotação | Mark Wilson/AFP
Fluxo de dólares para comprar títulos no Brasil faz com que BC não tenha sucesso na tentativa de conter queda na cotação| Foto: Mark Wilson/AFP

São Paulo - A taxa de câmbio encerrou o dia em queda pelo oitavo dia consecutivo. O movimento de baixa é explicado pelo fato de o Banco Central despontar como praticamente o único comprador da moeda na praça. Nas últimas operações de ontem, o dólar comercial foi negociado por R$ 1,924, em um declínio de 1,48% em relação ao fechamento da segunda-feira. Nas casas de câmbio, o dólar turismo era cotado por R$ 2,040.

As ações brasileiras, por sua vez, se desvalorizaram na conclusão dos negócios, após três jornadas de ganhos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O mercado seguiu o roteiro previsto de realização de lucros (venda de papéis mais "caros"), previsto principalmente por conta da alta de 45% nos últimos cinco meses. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa paulista, retrocedeu 0,89% no fechamento, aos 53.999 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,25 bilhões. Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 0,22%.

Análise

Profissionais do mercado financeiro insistem que, por enquanto, o movimento do dólar é apenas uma reação ao forte ingresso diário de recursos externos. "É um fluxo que vem para investir na bolsa de valores, é um fluxo que vem pela balança comercial, é um fluxo de recursos que entra no país para aproveitar um dos maiores juros do mundo", comenta Mário Paiva, analista da corretora Liquidez, lembrando que o fato do país ser credor em dólar eleva a segurança dos agentes financeiros que trazem dinheiro para o mercado doméstico.

Analistas também têm reforçado a crença de que a Bovespa pode passar por uma fase de ajuste nos preços, principalmente após os três meses de "euforia". Embora concorde com a opinião corrente de que a pior fase da crise mundial já passou, a equipe da corretora Spinelli avalia que "a retomada das condições macroeconômicas necessárias para o crescimento das empresas ainda está distante", e que veem "com cautela a atual onda de euforia e os caminhos da bolsa no curto prazo".

As blue chips (ações mais negociadas) devolveram parte dos ganhos das sessões anteriores, influenciadas pelo recuo das commodities no mercado externo. Na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, o contrato do petróleo para julho terminou com ligeiro recuo, de 0,04%, a US$ 68,55 o barril. Com isso, Petrobras ON caiu 2,93% e PN se desvalorizou 1,96%. A Vale ON fechou em queda de 3,41% e PNA, em retração de 2,49%.

A construção civil foi destaque de baixa, por causa das notícias de emissão de ações por parte de construtoras. Gafisa ON foi a maior queda do Ibovespa, com -6,71%. A construtora anunciou que pretende realizar uma oferta pública primária de ações, com captação de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões.

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