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O dólar caiu pelo terceiro dia seguido nesta terça-feira, voltando a ficar abaixo de 1,80 real em meio à onda de otimismo no mercado externo com medidas que possam amenizar a crise da dívida na Europa.

A moeda norte-americana recuou 0,93 por cento, a 1,8050 real para venda. Em três dias, o dólar acumula baixa de 5 por cento, mas ainda registra valorização de quase 14 por cento em setembro, quando chegou a atingir 1,95 real.

O clima no mercado internacional era de confiança e investimento em ativos de risco. As bolsas de valores subiam mais de 1 por cento nos Estados Unidos, as commodities avançavam 2,73 por cento e o dólar perdia espaço ante moedas emergentes e de países desenvolvidos.

O motivo para o melhor humor dos investidores é a possibilidade de medidas que evitem um calote da dívida da Grécia, como a aprovação da próxima parcela da ajuda externa ao país e a alavancagem do fundo europeu de resgate.

O alívio, no entanto, era visto apenas como uma trégua antes de dias ainda turbulentos à frente. "A crise não acabou, pelo contrário. Estamos longe de ter acabado", disse o consultor financeiro da Previbank DTVM, Jorge Lima.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o câmbio deve continuar volátil enquanto a crise soberana na Europa não se estabilizar, mas que o BC brasileiro está pronto para atuar no mercado, como fez na semana passada, se identificar problemas de liquidez.

Os investidores também prestaram atenção à possibilidade de que o governo reduza a zero a alíquota do imposto sobre derivativos cambiais, que havia sido introduzida em julho com o objetivo de frear a queda do dólar ante o real.

Tanto Tombini quanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartaram ao longo do dia essa possibilidade. De acordo com uma fonte da equipe econômica ouvida pela Reuters, isso só deve ocorrer caso haja uma nova piora do cenário internacional.

Na opinião do diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, a retirada da cobrança poderia evitar uma nova disparada do dólar. "O mercado só buscou 1,95 (real) por conta da falta de equilíbrio entre compradores e vendedores", disse.

A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,8008 real para venda, em baixa de 2,37 por cento ante segunda-feira.

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