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Bovespa fecha em alta com estrangeiros e especulações sobre ministro da Fazenda

A Bovespa fechou em forte alta nesta terça-feira, com o seu principal índice acima dos 52 mil pontos, em sessão influenciada por expectativas sobre o futuro ministro da Fazenda e presença de investidores estrangeiros na ponta compradora. Conforme dados preliminares, o Ibovespa fechou em alta de 3,62%, a 52.330 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 9 bilhões.

Dados sobre o capital externo na Bovespa mostraram nesta terça-feira que o saldo voltou a ficar positivo em outubro até o dia 24, com sete pregões seguidos de entrada líquida de dólares. Os estrangeiros também aumentaram na véspera sua posição em contratos em aberto do Ibovespa futuro, em 14.941 contratos, para 109.059 contratos.

Profissionais do mercado também citavam expectativas sobre novas medidas para a economia, particularmente após promessas nesse sentido a partir de novembro feitas pela presidente reeleita Dilma Rousseff, em entrevista à TV Globo. O desempenho nesta sessão colocou o Ibovespa novamente no campo positivo no acumulado do ano, com acréscimo de 1,6%. Em dólar, o índice ainda registra queda em 2014, de 2,9%.

O dólar fechou em queda de quase 2% nesta terça-feira (28), corrigindo boa parte da expressiva alta da véspera que se seguiu à reeleição de Dilma Rousseff (PT). Investidores aguardam novos sinais sobre como será a próxima equipe econômica e muitos acreditam que a vitória da petista já foi em grande parte precificada.

Segundo analistas, até que haja mais definições sobre como se comportará o governo nos próximos quatro anos, a perspectiva é de volatilidade. A moeda norte-americana caiu 1,94%, a R$ 2,4740 na venda, após atingir R$ 2,4705 na mínima do dia. Na segunda-feira, a divisa havia subido mais de 2,5%, maior alta em quase 3 anos.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro nesta sessão ficou em torno de US$ 1,4 bilhão. "Parece que boa parte do mau humor com a reeleição de Dilma já foi colocado no preço nos últimos meses. Agora, investidores estão esperando para saber mais detalhes sobre o próximo governo para ajustar suas posições", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

Dilma, cuja atual política econômica é alvo de críticas nos mercados financeiros, foi reeleita no domingo na disputa mais apertada desde a redemocratização do país.

A perspectiva de que a petista poderia vencer a corrida eleitoral já havia tirado o dólar da casa dos R$ 2,20 para perto de R$ 2,50 de setembro para cá, com alguns analistas argumentando que o câmbio já tinha se ajustado ao resultado eleitoral.

Nesta terça-feira, o gestor de hedge fund Jim Chanos disse à Reuters que reduziu algumas apostas contra o Brasil, afirmando que a maior parte do risco do país já foi precificado após as fortes vendas dos dois últimos meses. Outros analistas, antes do segundo turno, falavam que a moeda norte-americana poderia ir a até R$ 2,70 com uma vitória de Dilma.

Agora, o mercado quer saber quem substituirá o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O dólar sem dúvida vai escolher uma direção depois da escolha do ministro. Se for alguém que agrada, o dólar pode cair mais. Se for alguém de quem o mercado não gosta, a pressão (de alta) volta", disse o operador de uma corretora internacional.

No exterior, uma série de indicadores econômicos mistos sobre os EUA levou alguns operadores a apostar que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode sinalizar em sua decisão de quarta-feira que só elevará os juros em meados de 2015. O aperto monetário nos EUA, quando ocorrer, reduzirá a atratividade de investimentos em países emergentes, como o Brasil. "O Brasil tem suas próprias preocupações, mas o dólar está fraco globalmente hoje", disse o estrategista sênior de câmbio para mercados emergentes do Scotiabank, Eduardo Suarez.

A moeda dos EUA recuava contra divisas como o euro e outras moedas de países emergentes além da brasileira, como os pesos chileno e mexicano. Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,7 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 89 por cento do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.

Nesse leilão de rolagem, foram vendidos swaps para 1º de outubro e 1º de dezembro de 2015, diferente das operações anteriores, com contratos para 3 de agosto e 1º de outubro de 2015.

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