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O mercado de câmbio deve continuar atento ao cenário externo em dezembro, em meio aos desdobramentos da crise na Europa, com analistas apostando que o dólar continuará operando numa estreita faixa de oscilação.

Nesta terça-feira, a divisa fechou em queda de 0,58%, a R$ 1,714, em meio a ajustes em dia de formação da Ptax, que serve referência para a liquidação de contratos futuros. No mês, a cotação acumulou alta de 0,65%, mas no ano está em baixa de 1,66%.

Os ingressos de recursos que impediram uma valorização maior da moeda norte-americana neste mês devem diminuir em dezembro, uma vez que nesse período geralmente há uma maior remessa de lucros ao exterior.

"Acredito que vai continuar nessa faixa de R$ 1,70. Claro que se as coisas na Europa piorarem podemos ver o dólar dar uma puxada aqui, mas de maneira geral (a cotação) não tem muita força para subir ou cair", disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Na avaliação de Carreira, o mercado como um todo será mais "preguiçoso" no próximo mês, com os volumes diminuindo conforme o final do ano se aproxima.

"Dessa forma, não tem muito para onde o dólar ir. Lá fora, temos a Europa em crise, mas aqui tem muito investidor vendido em dólar (apostando na queda da moeda) e as forças se anulam", afirmou.

Dados da BM&FBovespa relativos à véspera mostram os investidores não-residentes sustentando mais de 12 bilhões de dólares em posições vendidas em moeda estrangeira nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI).

Julio Hegedus, economista da Interbolsa do Brasil, endossou que o mercado deve continuar de olho nas turbulências no exterior, mas ainda acredita que a tendência para o dólar no médio prazo é de queda contra o real.

"A Europa preocupa, e todo final de ano é um pouco mais complicado, porque você geralmente costuma ver mais remessas de lucros para fora", afirmou. "Mas por aqui o mercado está cada vez mais apostando numa política monetária mais apertada, e isso de fato colabora para fazer o dólar cair", acrescentou.

Os players domésticos vêm reforçando expectativas de uma elevação da Selic no início de 2011, com alguns inclusive acreditando num aperto monetário já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 7 e 8 de dezembro.

No entanto, segundo Hegedus, a moeda norte-americana tem espaço de baixa limitado, já que um movimento mais intenso de apreciação do real pode trazer à tona perspectivas de novas medidas sobre o câmbio por parte do governo.

"O nível de 1,70 (real) é a linha divisória. Sempre que o dólar cair abaixo disso o mercado vai ficar de olho em novos ruídos de ações para frear a baixa do dólar."

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