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O dólar comercial voltou a sofrer forte queda neste primeiro dia do mês. A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira em queda de 1,25%, cotada a R$ 1,902 - menor valor desde 31 de outubro de 2000.

A baixa nos primeiros cinco meses do ano ficou em 9,8%. Com a queda de hoje, já encosta nos 11%.

Com o dólar abaixo de R$ 2 pela primeira vez desde 2001, o Brasil registrou dois recordes no comércio exterior em maio. Segundo dados da balança comercial, as importações bateram o recorde do ano: US$ 9,780 bilhões.

Atuação do BC

O Banco Central fez dois leilões de compra de dólares durante o dia, um deles no mercado à vista, mas isso não foi suficiente para reduzir a cotação da moeda americana.

"O BC está fazendo de tudo, mas está difícil, está tendo muita entrada de dólar", explicou o gerente de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado. "O BC deve ter comprado uns US$ 800 bilhões no mercado à vista e mais US$ 1,5 bilhão no swap, e o dólar continua caindo", completou o gerente de câmbio.

Influências

Segundo um analista que não quis se identificar, o mercado continua refletindo os bons dados da economia norte-americana. "O cenário externo está jogando o dólar para baixo", afirmou.

Nesta sexta-feira, também contribuiu para o movimento da moeda uma forte entrada de de recursos da Arcelor Mittal para o pagamento de dividendos a acionistas. A assessoria da empresa disse que não confirma informações sobre ingressos de divisas. Na véspera, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia mencionado a jornalistas o forte ingresso de recursos da Arcelor Mittal como justificativa para o tombo do dólar.

Pelo lado financeiro, boa parte do fluxo vem de investidores externos atraídos pelas taxas de juro no Brasil e pelo cenário econômico favorável. Soma-se a isso o risco-país, abaixo de 150 pontos-básicos. No fim da manhã desta sexta-feira, o risco Brasil marcava 141 pontos.

Juros

O dólar pode ser uma variável de desempate na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. E o baixo preço da moeda pode incentivar a confirmação da expectativa da maioria dos agentes de um corte de 0,5 ponto na taxa Selic, analisou o profissional, que prevê uma redução da taxa básica de juros da economia dos atuais 12,5% para 12% anuais.

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