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O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (28), cotado abaixo de R$ 2,24 pela primeira vez desde fim de julho, com investidores reforçando apostas na derrota da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de outubro. A perspectiva eleitoral compensou a pressão vinda das renovadas tensões geopolíticas na Ucrânia e da possibilidade de alta dos juros norte-americanos mais cedo que o esperado.

A moeda norte-americana caiu 0,28%, a R$ 2,2393 na venda, após chegar a R$ 2,2602 na máxima e a R$ 2,2373 na mínima do dia. Foi a menor cotação de fechamento desde 29 de julho. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares.

Investidores internacionais intensificaram a compra de ativos brasileiros, após pesquisas eleitorais mostrarem que Marina Silva (PSB) derrotaria Dilma em um eventual segundo turno das eleições. "O mercado está querendo passar o recado de que definitivamente não quer que a Dilma se reeleja e isso está batendo de frente com todos os fatores negativos desta sessão", disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros.

O dólar chegou a exibir altas mais expressivas no início dos negócios, refletindo o quadro global de aversão ao risco, após a Ucrânia acusar a Rússia de levar suas tropas para o sudeste ucraniano em apoio a rebeldes separatistas.

A moeda norte-americana também foi impulsionada na primeira parte do pregão por dados mostrando que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu mais que o esperado no segundo trimestre e que os pedidos de auxílio-desemprego no país recuaram pela segunda semana seguida.

Ambos os dados aumentam a margem para que o Federal Reserve, banco central do país, aumente os juros mais cedo do que o esperado. Juros mais altos nos EUA poderiam atrair recursos atualmente aplicados em outros países, ajudando a moeda norte-americana a se valorizar globalmente. "O mercado acabou relevando Estados Unidos e relevando Ucrânia. No fim, alguns grandes agentes do mercado montaram novas posições apostando na vitória da Marina e o mercado foi atrás", resumiu o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.

Analistas lembraram ainda que a briga antes da formação da Ptax (taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais) de agosto na próxima sessão adicionou volatilidade ao pregão.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1,5 mil contratos para 1º de junho e 2,5 mil para 1º de setembro, com volume correspondente a 197,6 milhões de dólares. O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil contratos para rolar os swaps que vencem em 1º de setembro. Até agora, o BC rolou cerca de 88 por cento do lote total, que corresponde a 10,070 bilhões de dólares.

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