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O dólar fechou em leve alta ante o real nesta quinta-feira (11), passando a subir na reta final do pregão, após o assessor econômico do programa da candidata do PSB à Presidência Alexandre Rands afirmar à Reuters que um governo de Marina Silva acabaria com o atual programa do Banco Central de intervenção no câmbio. Ainda assim, investidores continuaram reticentes em sustentar as cotações acima do teto informal de R$ 2,30, diante da possibilidade de o BC intensificar a atuação no câmbio para evitar pressão inflacionária.

A moeda norte-americana fechou com variação positiva de 0,26%, a R$ 2,2972 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2 bilhões de dólares. Na sessão passada, o dólar chegou a ultrapassar R$ 2,30 pela primeira vez em um mês, mas acabou fechando abaixo desse patamar. "Agora, os dois principais candidatos da oposição já deram sinais de que vão reduzir a intervenção no câmbio. Como há uma chance concreta de derrota da Dilma, o mercado reage", afirmou o operador de um importante banco nacional.

Questionado sobre o programa de atuações diárias do BC, Rands respondeu: "Vamos acabar com isso". Ele ressaltou, contudo, que não descarta atuações momentâneas para eliminar volatilidade. A notícia levou o dólar a subir na última meia hora do pregão, após oscilar entre a estabilidade e leve queda durante praticamente todo o dia, mas ainda próximo das máximas em um mês.

Expectativas de uma disputa mais acirrada entre Marina e a presidente Dilma Rousseff (PT), criticada por investidores por sua política econômica, têm impulsionado o dólar nas últimas semanas, assim como a ansiedade antes da reunião da semana que vem do Federal Reserve, banco central norte-americano.

Alguns investidores apostam que o Fed pode sinalizar que a alta dos juros norte-americanos virá mais cedo que o esperado, o que atrairia recursos aplicados em outras economias. Mas essa perspectiva perdeu um pouco de força nesta sessão, após o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subir inesperadamente na semana passada. Aqui, o fortalecimento recente da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação, ao encarecer os produtos importados. Por isso agentes do mercado aventam a possibilidade de o Banco Central aumentar as rolagens de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. "O BC já demonstrou preocupação com o nível de R$ 2,30, então o mercado fica cauteloso quando nos aproximamos desse patamar", afirmou o gerente de câmbio da corretora Advanced, Celso Siqueira.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, com volume equivalente a 197,6 milhões de dólares. Foram 1 mil contratos para 1º de junho e 3 mil para 1º de setembro de 2015. O BC também vendeu a oferta total de até 6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de outubro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 18% do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

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