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Ingressos de recursos derrubaram o dólar nesta quinta-feira a níveis não vistos desde maio do ano passado, em meio a um cenário favorável aos ativos de mercados emergentes.

A moeda norte-americana terminou a 2,102 reais, com declínio de 1,04 por cento. Na mínima do dia, a moeda cedeu a 2,101 reais.

O otimismo no cenário externo começou no fim da tarde de quarta-feira - quando o mercado de câmbio doméstico já estava fechado -, depois que o Federal Reserve anunciou a manutenção do juro nos Estados Unidos em 5,25 por cento e indicou menor preocupação com a inflação.

Os comentários do Fed, aliados a um avanço menor que o esperado no índice de preços de gastos com consumo, PCE, em dezembro, reforçaram apostas em um corte do juro norte-americano ainda este ano. Essa perspectiva, no entanto, acabou sendo um pouco ofuscada por um dado forte do setor imobiliário.

Juros menores nos EUA aumentam a atratividade de ativos de emergentes. No fim da tarde, o risco Brasil cedia a 185 pontos-básicos sobre os Treasuries, perto do menor nível histórico.

``O mercado está bem lá fora, bolsas melhorando, a perspectiva aqui continua boa, tem bastante entrada esses dias, a liquidez está grande no mundo... e uma parte disso está vindo para cá'', disse Flávio Ogoshi, operador de derivativos do Rabobank. ``Apesar de o BC estar comprando todo dia, o fluxo aqui está vindo bem forte.''

O Banco Central fez leilão de compra de dólares nesta tarde, com corte a 2,1075 reais. As operações vêm engrossando as reservas, que já superam 91 bilhões de dólares.

Além do fluxo financeiro, há também o fluxo comercial que acentua ainda mais o declínio do dólar, lembrou o analista de mercado da corretora Socopa, Paulo Fujisaki.

``Apesar de o superávit comercial ser menor que os anteriores, o otimismo continua... o mercado continua nessa toada, dólar cada vez mais baixo'', disse.

A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,494 bilhões de dólares em janeiro.

De acordo com Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, a queda acentuada do dólar teve início nos contratos futuros e foi acompanhado pelo mercado à vista.

``O dólar rompeu um suporte no futuro de 2,120 (reais) e quando rompeu, começou a correria'', comentou.

No contrato de dólar para março na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o mais negociado do pregão, a cotação encerrou em torno de 2,108 reais.

``O BC não tem o que fazer, daqui a pouco deve voltar com o swap reverso'', avaliou Vogeler. Os leilões de swap cambial reverso têm efeito de uma compra futura de dólares e têm sido feitos esporadicamente, com intuito de rolar vencimentos.

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