Dólar mantém tendência de queda e fecha a R2,078

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O dólar manteve a tendência de queda com o fluxo cambial positivo e fechou abaixo dos 2,08 reais nesta segunda-feira, em um dia de ganhos nos mercados acionários globais. A moeda norte-americana caiu 0,72 por cento, vendida a 2,078 reais. "(O dólar) está seguindo a tendência natural dele, (por causa) dos fundamentos da economia mesmo. Não tem um dado que faça esse dólar respirar um pouco para cima", disse Daniel Szikszay, gerente de câmbio do banco Schahin.

No ano, a divisa acumula queda de 2,72 por cento com o contínuo ingresso de dólares no mercado doméstico. Para Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, a raiz do fluxo positivo está nos juros acima da média e no superávit da balança comercial. "Hoje saiu de novo a balança comercial, de novo mais de 1 bilhão (de dólares) de saldo positivo só nos primeiros dias do mês. Está entrando mais (dólares) do que saindo, e com essa taxa de juro é difícil", disse.

No mês, o superávit da balança comercial está acumulado em 1,695 bilhão de dólares, e em 2007, o saldo positivo já é de 7,064 bilhões de dólares. Além disso, a taxa básica de juro do Brasil, atualmente a 12,75 por cento ao ano, está bem acima da média dos outros países e atrai o investidor estrangeiro que busca títulos de maior rendimento. Segundo Battistel, "a única solução que tem havido são os leilões, mas não é suficiente para tirar toda a moeda que tem no mercado, e continua a tendência de queda".

Ele, inclusive, acredita que o dólar não cairá abaixo dos 2 reais porque "quando começa a cair demais, o Banco Central toma (compra) um pouco mais pesado". Os leilões de compra de dólar do Banco Central, que têm sido realizados diariamente neste ano, são os principais responsáveis pelo nível recorde das reservas internacionais, que na sexta-feira registravam 106,3 bilhões de dólares. O bom humor das bolsas de valores durante o dia contribuiu para a queda do dólar. A Bolsa de Valores de São Paulo operou durante a maior parte do dia em alta acima de 1 por cento. Battistel explica a relação entre os mercados dizendo que "o pessoal traz dinheiro para a bolsa para investir em juro e ações; bolsa subindo acaba atraindo o capital estrangeiro".