Mercado
Câmbio teve apreciação de 2,5% na semana
O dólar fechou ontem em alta de 1,5%, cotado a R$ 2,0478 na venda. Na semana, a moeda acumulou alta de 2,67%. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 2,0260 e R$ 2,0505. Segundo operadores, a atual aversão ao risco nos mercados deve continuar pressionando o dólar, mas o receio de que o Banco Central volte a atuar pode evitar uma alta maior da divisa.
O preço do pão deve subir, em média, 5% ao longo das próximas semanas, puxado pela alta da farinha, anunciou a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip). O ingrediente, que representa metade do custo de produção de um pão francês, está atrelado ao dólar, que registrou valorização superior a 6% em maio frente ao real. "As padarias não vão mais conseguir manter o preço como está, pois o valor da farinha já subiu de 10% a 12% nas últimas semanas", diz o presidente da Abip, Alexandre Pereira.
Segundo Pereira, o preço médio do pão não sobe há um ano e hoje está em R$ 6,80 o quilo no país. "Para a gente, aumento é sempre muito ruim, pois o consumo cai logo em seguida de forma proporcional", observa. Segundo a Abip, o preço da tonelada de trigo importado sofreu uma elevação de quase US$ 40 com a alta recente do câmbio. A associação disse ainda que o preço só não aumentará mais porque o governo prorrogou por mais um ano a isenção do PIS/Cofins que incidia sobre os derivados do trigo. O Brasil importa cerca de 50% do trigo em grão necessário para moagem.
Para o setor, o encarecimento prejudica sua estratégia de fazer o brasileiro consumir mais pão. De acordo com a Abip, o brasileiro consome 33,5kg por ano, enquanto os argentinos consomem mais de 90kg. Como o preço do pão não é tabelado, o aumento deve variar de acordo com a padaria, lembrou Alexandre Pereira, e podem ser aplicados em momentos distintos, conforme as condições do mercado e os estoques. "Na semana passada, moinhos da região Nordeste, por exemplo, já anunciaram reajustes de 10% a 12% sobre os preços da farinha de trigo", afirmou.
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