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O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira (30), num movimento de ajuste após três altas seguidas embaladas pelo ambiente de mau humor com mercados emergentes e após o Federal Reserve manter o ritmo gradual de cortes em seu programa de estímulos. A moeda norte-americana perdeu 0,78%, a R$ 2,4147 na venda. Nesta semana até o fechamento da véspera, o dólar havia acumulado alta de cerca de 1,5%, aproximando-se do patamar de R$ 2,45. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.

"Depois de todo esse rali que aconteceu e o Fed seguir o 'script' ontem, o dólar está devolvendo um pouco hoje", afirmou o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo dos Santos. Ativos de países em desenvolvimento vêm sofrendo forte pressão desde a semana passada devido à desconfiança com mercados emergentes. Vários bancos centrais adotaram medidas para enfrentar esse mau humor, como o BC russo nesta manhã, anunciando intervenções ilimitadas caso o rublo afaste-se das metas.

Nesta sessão, algumas das moedas mais impactadas por essa turbulência recuperavam terreno. O dólar recuava frente ao rand sul-africano e sobre o peso mexicano. A recuperação foi amparada também por dados que mostraram que a economia norte-americana cresceu em ritmo anual de 3,2 por cento no quarto trimestre do ano passado, em linha com as expectativas do mercado. "O dado dos EUA deu uma tranquilizada no mercado e levou o dólar a ampliar ligeiramente a queda", afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

Após o fechamento dos mercados na quarta-feira, o Fed, banco central norte-americano, confirmou a expectativa do mercado e anunciou mais um corte de 10 bilhões de dólares no programa de compras mensais de ativos, a 65 bilhões de dólares e indicando que manterá as taxas de juros baixas. "O mercado já esperava isso. O mercado estava mais de olho no comentário do Fed após a reunião, mas não houve nenhuma mudança", afirmou o operador do banco Daycoval Bruno Martins.

No mercado brasileiro, o BC anunciou após o fechamento da sessão anterior a realização na sexta-feira de leilão de até 2,3 bilhões de dólares com compromisso de recompra de linhas que vencem em fevereiro, o que ajuda a manter a liquidez doméstica. Na rolagem feita desses contratos em dezembro, o BC fez o movimento apenas parcial. "Como o Fed está retirando os estímulos e o cenário é de preocupação com os emergentes, a expectativa é que falte dólar no mercado", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

O BC também deu continuidade às intervenções diárias pela manhã, vendendo a oferta total de até 4 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, todos com vencimento em 1º de setembro deste ano. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de dezembro, mas não aceitou nenhuma proposta. A operação teve volume equivalente a 197,9 milhões de dólares. "Hoje e amanhã, o mercado tende a ficar mais volátil, já que é fim de mês e tem briga de Ptax", acrescentou Santos, da Icap, referindo-se ao fechamento da taxa nesta sexta-feira.

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