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O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira, em uma sessão de forte volume, seguindo a volatilidade do mercado global após dados decepcionantes sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos e da China.

O contínuo aumento das posições vendidas em moeda estrangeira no mercado brasileiro contribuiu para aumentar a instabilidade, com investidores de sobreaviso para a necessidade de cobertura de bilhões de dólares em vendas já efetuadas.

A moeda norte-americana fechou em alta de 0,45 por cento, a 1,772 reais. No mês, o dólar tem queda de 1,77 por cento e, no ano, alta de 1,66 por cento.

Dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa indicavam um volume de quase 5 bilhões de dólares no mercado à vista a poucos minutos do fechamento.

Enquanto o mercado local fechava, as bolsas de valores norte-americanas caíam cerca de 0,8 por cento e outros indicadores de aversão a risco, como o índice VIX de volatilidade, oscilavam com vigor.

O mau humor do mercado era em repercussão ao crescimento menor que o esperado da China no segundo trimestre, de 10,3 por cento, e a sinais de uma recuperação fraca nos Estados Unidos, com o terceiro mês seguido de deflação no atacado.

"O mercado está um pouco preocupado se em algum momento vai ter alguma deterioração da moeda, porque o estrangeiro está megavendido", disse o estrategista de uma corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado.

Dados da BM&FBovespa indicaram que, na quarta-feira, os investidores não-residentes aumentaram as posições vendidas em dólares para mais de 6 bilhões de dólares, no maior montante nesse sentido desde julho de 2008, antes do agravamento da crise global e quando a taxa de câmbio estava abaixo de 1,60 real.

Além disso, os bancos continuam a sustentar mais de 9 bilhões de dólares em posições vendidas no mercado à vista.

Com o volume expressivo de posições vendidas no mercado à vista e no mercado futuro, as taxas de juros locais de curto prazo em dólares continuam a subir na BM&FBovespa, atingindo 2,25 por cento no vencimento mais curto.

Para analistas do JPMorgan, esse pode ser um sinal para o Banco Central voltar a vender contratos de swap reverso.

"Uma possível retomada dos leilões de swap reverso pelo Banco Central significaria um aumento da demanda por dólares no mercado futuro e, portanto, colocaria pressão para baixo no cupom cambial. Nesse caso, o incentivo à arbitragem para que os bancos locais aumentem as posições vendidas no mercado à vista sumiria", apontaram os analistas Julio Callegari, Felipe Pianetti e Fabio Hashizume em relatório .

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