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O dólar fechou em alta pelo terceiro pregão consecutivo nesta sexta-feira (27), série mais longa de avanços desde que o Banco Central anunciou o programa de intervenções diárias, impulsionado por temores sobre o possível calote da dívida dos Estados Unidos. Influenciou ainda a briga de agentes do mercado em torno da formação da Ptax de setembro. Essa taxa é uma cotação média da divisa dos Estados Unidos calculada diariamente pelo Banco Central. O fechamento do mês, que será calculado na segunda-feira, é referência para uma série de contratos no país.

A moeda norte-americana fechou com alta de 0,5%, para R$ 2,2575 na venda. No acumulado da semana, o ganho ficou em 1,71%. O desempenho do real foi semelhante ao de outras moedas de países emergentes, que também se desvalorizavam ante o dólar devido ao aumento da aversão ao risco global.

Apesar disso, a moeda norte-americana ficou em baixa em relação a outras divisas consideradas mais seguras, como o iene japonês e o franco suíço. "O mercado está com atenções voltadas à questão do teto da dívida norte-americana, que pode tocar o limite já em 17 de outubro, levando a possível default caso nada seja feito", escreveram, em relatório, os analistas da corretora H. Commcor.

Nesta sexta-feira, o Senado dos EUA aprovou e enviou à Câmara projeto para financiar as operações do governo entre 1º de outubro e 15 de novembro, evitando a paralisação de agências públicas.

Pouco antes do fechamento, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que o Senado agiu responsavelmente e que agora cabe a deputados republicanos fazer o mesmo.

FED

No Brasil, a alta da moeda norte-americana também foi resultado da briga entre comprados e vendidos na formação da Ptax. "Eu sinto que é um movimento dos bancos, nessa briga para encontrar a taxa da Ptax de setembro", afirmou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.

Persistem também no mercado câmbio as incertezas com o futuro da política monetária dos Estados Unidos, após o Federal Reserve decidir, na semana passada, manter suas compras de ativos no ritmo 85 bilhões de dólares por mês.

Mais cedo, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que há uma "chance decente" de que banco central norte-americano possa começar a reduzir seu estímulo monetário neste ano, mas há riscos que podem adiar esse processo para o próximo ano.

No fim da manhã, o BC realizou dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra. No primeiro, aceitou propostas para a venda de até 1 bilhão de dólares com data de recompra em 2 de julho de 2014.

Em seguida aceitou propostas para a rolagem de até 701 milhões de dólares em linhas que estão para vencer. Os dólares vendidos também serão recomprados em 2 de julho de 2014.

A autoridade monetária voltará aos mercados de câmbio na segunda-feira, ofertando entre 9h30 e 9h40 10 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- com vencimento em 3 de fevereiro de 2014. O resultado será conhecido a partir de 9h50, informou o BC.

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