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O dólar encerrou em alta ante o real nesta segunda-feira (23), chegando a subir mais de 1% durante o pregão, com cenário de maior preocupação na Europa e indicadores de contração da atividade na China, segundo operadores.

A moeda norte-americana perdeu um pouco os ganhos ante o real quando tornou-se evidente ao mercado que o Banco Central não atuaria no mercado por meio de leilões de compra de dólares à vista.

Na última sexta-feira (20), o BC fez um leilão à vista, com a moeda em torno de R$ 1,87, sendo que, na quinta-feira, quando a divisa norte-americana chegou perto de R$ 1,90, não atuou.

O dólar subiu 0,70%, cotado a R$ 1,8826, maior cotação desde 25 de novembro, quando estava cotada a R$ 1,8864. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 1,8795 e R$ 1,8921, quando chegou a avançar 1,21%.

"Hoje acompanhamos lá fora, já que a Europa preocupou, com eleições na França (...) e também dados da China", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.

O gerente de câmbio também afirma acreditar que o mercado operou na expectativa de que o BC pudesse intervir, já que ainda há dúvidas sobre o patamar da moeda a ser atingido para atuação da instituição.

"Achei que ele iria entrar (nesta segunda-feira). O dólar caiu bem em relação à máxima. Ainda não há um piso, acho que o BC está esperando e administrando a moeda", afirmou Battistel.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, também diz acreditar que a moeda norte-americana subiu devido ao cenário externo negativo. Mas, ao contrário de Battistel, avalia que o BC já indicou que pode atuar para impedir que a moeda não caia abaixo de R$ 1,87.

Segundo ele, é provável que essa atuação mantenha o dólar entre R$ 1,87 real e R$ 1,89, mas, eventualmente, e dependendo também do cenário externo, o mercado pode testar patamares mais elevados, em torno de R$ 1,90 real, e mais baixos, próximos de R$ 1,85.

No exterior, o que preocupou os mercados foram questões políticas, reacendendo temores em relação à Europa.

Na França, o socialista François Hollande venceu o candidato à reeleição, o conservador Nicolas Sarkozy, no primeiro turno das eleições presidenciais. Os dois vão disputar o segundo turno em 6 de maio.

Na Holanda, após o Partido da Liberdade se recusar a concordar com a coalizão de centro-direita e cortar de 14 bilhões a 16 bilhões de euros no orçamento do país, o primeiro-ministro, Mark Rutte, pediu sua renúncia ao cargo.

Já na China, os números do PMI (índice de gerentes de compras) divulgados nesta segunda-feira vieram mistos. O indicador da atividade industrial registrou 49,1 em abril, ante leitura final de 48,3 em março.

Apesar dos resultados mistos, o número mais recente ainda está abaixo do nível de 50, o que significa contração da atividade econômica.

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