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Bovespa fecha em queda por pressão externa e frustração com pesquisas

O principal índice acionário brasileiro fechou em forte queda nesta sexta-feira (10), refletindo a queda generalizada das bolsas estrangeiras e a frustração de alguns investidores com as recentes pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o dia com queda de 3,42%, a 55.311 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 1,42%. No mês, o avanço é de 2,2%. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 7,4 bilhões.

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O dólar subiu 1% ante o real nesta sexta-feira (10), impulsionado por pesquisas eleitorais mostrando a presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em empate técnico e pelo quadro externo negativo, mas ainda fechou a semana em queda, interrompendo quatro altas semanais seguidas. Parte do mercado apostava em uma vantagem maior do tucano, que é preferido pelos investidores porque promete uma postura mais ortodoxa, enquanto a política econômica do atual governo é alvo de críticas.

A moeda norte-americana avançou 1,07% ante o real, a R$ 2,4236 na venda. Na semana, acumulou queda de 1,55%, após valorizar-se quase 10% ao todo nas quatro semanas anteriores. Na máxima, atingida nos últimos minutos do pregão, a divisa chegou a R$ 2,4265. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 800 milhões nesta sessão.

As primeiras pesquisas do Datafolha e do Ibope para o segundo turno mostraram Dilma e Aécio em empate técnico. Ambos os levantamentos apontaram o candidato do PSDB com 51% dos votos válidos, contra 49% da atual presidente. Nesta semana, pesquisas de outros institutos pouco monitorados pelo mercado haviam indicado vantagem maior do tucano, que é preferido pelos mercados por prometer uma política econômica mais ortodoxa. "Ontem (quinta), chegamos a ouvir boatos de vantagem de 7 pontos (percentuais) para o Aécio", disse o tesoureiro da corretora Icap, Arlindo Sá.

A cena eleitoral, afirmam os especialistas, vai continuar sendo a tônica das próximas semanas e gerando volatilidade nos mercados, em meio à acirrada disputa eleitoral. No exterior, a alta do dólar foi sustentada também por preocupações com o crescimento global , que ganharam mais um reforço na última hora do pregão. A agência de classificação de risco Standard & Poor's revisar a perspectiva da nota da França para "negativa", ante "estável".

Em relação a uma cesta de moedas, a moeda norte-americana subia 0,47%, enquanto o índice acionário norte-americano Standard & Poor's 500. "O dólar tem subido bastante lá fora nas últimas semanas e não está dando sinais de trégua. O mercado aqui também precisa se ajustar a isso", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O quadro negativo global também é corroborado pela perspectiva de que os juros norte-americanos não devem continuar baixos por muito tempo. Nesta sexta-feira, o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, afirmou que possivelmente chegou a hora de abandonar a promessa de manter as taxas de juros quase zeradas por um "tempo considerável" após a conclusão do programa de compra de títulos do banco central dos EUA.

Juros mais altos na maior economia do mundo poderiam atrair recursos aplicados em outros países, como o Brasil. "É uma conjunção de fatores ruins: o crescimento lá fora está fraco, temos o fator Fed e uma quantidade grande de incertezas geopolíticas", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 1º de junho e 500 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,7 milhões.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 36% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

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