O dólar avançava cerca de 1% e se aproximava de R$ 4 nesta segunda-feira (21), após a escolha de Nelson Barbosa para substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda desagradar investidores, que temem que a troca represente um passo atrás no compromisso com a austeridade fiscal.
Às 10h18, o dólar avançava 0,91%, a R$ 3,9828 na venda, após subir 1,48% na sexta-feira em meio a especulações antes da troca no comando da Fazenda. Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,9923.
O contrato futuro do dólar, que já havia reagido à nomeação de Barbosa após o fechamento do mercado à vista, recuava cerca de 0,1%.
“Mais flexível na condução das políticas de ajuste fiscal necessárias ao equilíbrio das contas públicas, o ministro Barbosa, neste momento, representa um retrocesso”, escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes. “As apostas majoritárias recaem sobre o aprofundamento da crise”, acrescentou.
Barbosa promete novas medidas para breve
Propostas devem ser apresentadas no primeiro trimestre, afirmou novo ministro da Fazenda
Leia a matéria completaA escolha de Barbosa, anunciada na sexta-feira, foi entendida como uma clara sinalização de que a presidente Dilma Rousseff pretende promover mudanças na política econômica. Barbosa tem um pensamento mais alinhado ao de Dilma, com mais foco na retomada do crescimento em meio ao agravamento da recessão e da crise política.
Impeachment
Outro motivo para a alta recente da moeda norte-americana foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar as principais teses do governo sobre o rito do processo de impeachment.
Operadores vêm reagindo bem à possibilidade de afastamento da presidente, com alguns avaliando que isso poderia destravar o ajuste fiscal. Outros salientam, porém, que a incerteza política tende a atrasar ainda mais a implementação de cortes de gastos e aumentos de impostos.
“A chance de haver um impeachment diminuiu e o mercado não gosta disso”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Pesquisa Datafolha feita com deputados federais mostra que há mais parlamentares decididos a votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff do que os que anunciam ser contrários ao afastamento dela, mas nenhum dos dois lados já tem os votos suficientes para sair vencedor.
O Banco Central dará continuidade, nesta manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.
-
BC vai pisar no freio? Cresce aposta por corte menor nos juros, para a ira do governo
-
Recursos federais começam a chegar ao RS, mas ainda há incertezas sobre a eficácia
-
EUA interrompem envio de armas pesadas ao Exército de Israel por “preocupação” com ofensiva de Rafah
-
O aparelhamento das estatais de volta ao STF
BC vai pisar no freio? Cresce aposta por corte menor nos juros, para a ira do governo
Políticos no comando de estatais: STF decide destino da lei que combateu aparelhamento
Tebet defende acabar com aumento real de aposentadoria e outros benefícios; Gleisi rebate
O que é “pecado”? Cesta sem carne? Cerveja ou destilado? As polêmicas da reforma tributária
Deixe sua opinião