• Carregando...

O dólar refletiu o aumento da aversão a risco no exterior e fechou em alta nesta quarta-feira, após dados decepcionantes de atividade econômica nas principais economias do mundo.

A moeda norte-americana avançou 1,01 por cento, a 1,596 real. O índice de volatilidade da CBOE, termômetro da volatilidade global, disparava 15,15 por cento.

Vários indicadores decepcionaram os investidores. Nos Estados Unidos, a fraqueza do mercado de trabalho foi reiterada pela criação de apenas 38 mil postos de trabalho no setor privado em maio, bem abaixo da previsão de analistas de abertura de 175 mil vagas. Além disso, o índice do setor manufatureiro caiu ao menor nível desde setembro de 2009.

No resto do mundo, o índice PMI da China sobre a atividade manufatureira apurado pelo HSBC ficou em 51,6 em maio, menor patamar em 10 meses. Já a leitura preliminar de maio do índice Markit sobre a atividade manufatureira da zona do euro foi revisada de 54,8 para 54,6 na apuração final, menor número desde outubro do ano passado.

Além disso, no fim da tarde, a agência de classificação de risco Moody's reduziu a nota da Grécia em três graus, a "Caa1", indicando uma chance de cerca de 50 por cento de um calote.

No Brasil, dados sobre o fluxo cambial ajudaram a explicar a recente alta nos juros locais em dólares, o cupom cambial. De acordo com o Banco Central, em apenas quatro dias --de 24 a 27 de maio-- saíram 2,7 bilhões de dólares em termos líquidos do Brasil, diminuindo o saldo positivo do fluxo cambial no mês a 5,626 bilhões de dólares.

A diminuição da oferta de dólares no mercado à vista normalmente é associada a um aumento do cupom cambial, já que cria uma maior demanda por financiamento em dólares para cobrir posições vendidas na moeda norte-americana.

"Os últimos dados mostram uma deterioração, na margem, das posições técnicas no mercado de câmbio", escreveu Diego Donadio, estrategista de câmbio e juro na América Latina para o BNP Paribas, estimando posições vendidas de pouco mais de 10 bilhões de dólares dos bancos no mercado à vista.

Na terça-feira, o Banco Central fez dois leilões para rolagem de swap cambial reverso, mas não vendeu nenhum contrato. Operadores atribuíram o resultado ao elevado patamar do cupom cambial, acima de 4 por cento no curto prazo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]