O dólar engatou a sétima queda seguida ante o real nesta quinta-feira, diante das contínuas perspectivas de ingressos da moeda no país, em mais uma sessão com atuação dupla do Banco Central.
A moeda norte-americana recuou 0,12%, a R$ 1,723 na venda, oscilando entre alta de 0,12% e queda de 0,17% ao longo da jornada. A moeda teve a maior série de baixas desde o início de junho de 2009.
"É natural esse comportamento do dólar hoje (a pouca oscilação). Daqui para frente essa vai ser a tônica do mercado com a expectativa pela atuação do BC", disse Moacir Marcos Junior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
"Você não tem motivo para (o dólar) subir. Tem para cair, mas aí o BC diz 'não quero abaixo desse nível' e então o mercado fica reticente", completou.
Pela segunda sessão consecutiva, a autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista, após na véspera ter seguido esse script pela primeira vez desde maio.
Ainda assim, profissionais do mercado avaliam que a tendência para a divisa dos EUA, ao menos no curto prazo, é de queda. Ele citam principalmente as volumosas estimativas de entradas advindas da gigantesca oferta de ações da Petrobras, que deve acontecer no final do mês, e de emissões de bônus por empresas.
"A questão é que ninguém tem certeza se os dólares da Petrobras serão integralmente internalizados. Nada impediria que parte desses recursos ficasse lá fora", ponderou Carlos Alberto Postigo, gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária.
"Por conta disso, o pessoal está mais cuidadoso e diminuiu a venda de dólares, justamente para não se expor excessivamente", acrescentou.
O mercado também repercutiu as notícias de emissão de 500 milhões de dólares em títulos de 10 anos pela empresa de papel e celulose Suzano e de cerca de 4 bilhões de dólares de emissões de Telemar, BNDES, Vale e Odebrecht.
Postigo avaliou que, mesmo com a perspectiva de mais entradas no curto prazo, a expectativa por uma atuação mais firme do Banco Central deve manter a oscilação da moeda numa faixa mais estreita.
"O real já está valorizado no atual nível, e o BC está de olho nisso. Vamos ver se o mercado testa a disposição do BC em fazer um leilão de swap reverso, por exemplo."
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