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O dólar registrou nesta quinta-feira a maior alta frente ao real em um mês, superando o patamar de 1,70 real em meio à cobertura de posições motivada por sinais de que o governo está atento a movimentos especulativos no mercado de câmbio.

A moeda norte-americana avançou 0,95 por cento, a 1,709 real na venda, na maior apreciação diária desde 8 de novembro, quando a divisa subiu 1,13 por cento. Na máxima da sessão, o dólar subiu 1,18 por cento, a 1,713 real.

Pela manhã, a cotação chegou a recuar por ajustes à alta da véspera, mas à tarde o mercado passou a comprar dólares com mais intensidade após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar que o governo vai agir contra uma excessiva valorização do real.

"Isso é um sinal de alerta. O investidor vai ficar mais atento porque entende que o governo não vai deixar o dólar cair demais. Os comentários de Mantega acenderam a luz vermelha", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Em teleconferência com a imprensa, o ministro disse que a volatilidade no mercado de câmbio internacional deve seguir elevada nos próximos meses e acrescentou que o governo adotará medidas "caso haja alguma nova valorização do real".

Mantega culpou o dólar barato e o cenário externo pelo aumento das importações do Brasil, um dos motivos para a desaceleração do crescimento econômico no terceiro trimestre.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informara que o Produto Interno Bruto (PIB) do período foi 0,5 por cento superior ao do segundo trimestre, na menor expansão desde o início de 2009 .

A valorização do dólar nesta sessão levou o Banco Central a atuar apenas uma vez no mercado de câmbio. O BC anunciou um leilão de compra de dólares no segmento à vista pela manhã, após nos dois últimos dias ter retomado a atuação dupla.

Na visão do operador de câmbio de uma corretora paulista, que pediu anonimato, "a combinação exterior mais Mantega" puxou a alta da moeda norte-americana nesta sessão.

No mercado global de divisas, o euro seguia pressionado por temores com uma crise na Europa, reforçados após a agência de classificação de risco Fitch rebaixar a nota de crédito da Irlanda em três pontos para "BBB+".

Para os analistas do Santander, a manutenção da taxa básica de juros em 10,75 por cento ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera deve contribuir para um real mais fraco no curto prazo.

"Contudo... a moeda provavelmente deve monitorar o sentimento por risco no exterior mais de perto do que eventos domésticos", escreveram os economistas em relatório.

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