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O dólar registrou nesta terça-feira a maior queda diária frente ao real em um mês, captando o viés positivo nos mercados internacionais após dados sugerirem que a economia da China segue firme.

A moeda norte-americana recuou 0,93 por cento, negociada na ponta vendedora a 1,605 real. Trata-se da desvalorização mais acentuada desde 7 de abril, quando a cotação cedera 1,86 por cento.

No mesmo horário, o índice DXY, que mede o valor do dólar contra uma cesta de divisas, cedia 0,24 por cento, com o euro avançando 0,36 por cento.

"Andou subindo muito, acompanhando o mercado internacional, e agora também está acompanhando o cenário externo positivo e corrigindo para baixo", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

"Diria que na verdade é o dólar que está fraco ante outras moedas e não exatamente que o real está subindo", acrescentou.

Outras divisas atreladas a commodities, como os dólares australiano e canadense também se apreciavam, em linha com a valorização das matérias-primas e das bolsas de valores globais.

A disposição em vender dólares foi estimulada pelo maior apetite por risco no exterior, depois de a China reportar superávit comercial de 11,4 bilhões de dólares em abril, quase quatro vezes maior que o esperado e com as exportações batendo recorde, alcançando 155,7 bilhões de dólares .

Os números agradaram investidores, na medida em que sugeriram que a segunda maior economia do mundo segue firme e também que a recuperação global está em curso. O índice de volatilidade da CBOE --considerado termômetro do nervosismo do mercado-- despencava quase 8 por cento.

Battistel aposta que a recente série de altas do dólar --que só neste mês já acumula ganho de 2,03 por cento contra o real-- pode ser contrabalançada em meio aos esforços do governo para conter pressões inflacionárias.

"Na atual situação inflacionária, um dólar baixo é de interesse do governo", comentou, lembrando que o Banco Central reduziu o montate de compras diárias de moeda estrangeira no mercado à vista recentemente para não "desvalorizar muito o real".

A leitura em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril ficou em 6,51 por cento, superando o teto da meta definida pelo governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Apesar da queda desta sessão, Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, afirmou que a baixa liquidez e a redução nos ingressos ao país podem diminuir o ímpeto de queda do dólar.

"(Essa combinação) resulta em pressão altista no preço da moeda americana", escreveu em relatório. Na quarta-feira, investidores conferirão os números de fluxo cambial relativos à semana passada, com divulgação prevista pelo Banco Central às 12h30.

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