O dólar fechou em baixa ante o real nesta segunda-feira, perdendo valor pela primeira vez em uma semana, à medida em que a divisa também se enfraquecia no exterior.
A cotação recuou 0,82 por cento, a 1,701 real na venda. Foi a primeira desvalorização desde o último dia 6. Desde então, a moeda engatou três altas consecutivas, acumulando ganhos de 1,96 por cento no período.
"O clima no mercado internacional está melhor. Maioria das bolsas subindo e isso é um indicativo de apetite por risco. Por isso a queda geral do dólar", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
No mesmo horário do fechamento local, o dólar caía 1,1 por cento ante uma cesta de moedas, em meio aos ganhos do euro e do iene.
Segundo operadores estrangeiros, o mercado mostrava alívio nos temores de uma elevação do juro por parte da China, depois que Pequim decidiu prorrogar um aumento nos depósitos compulsórios para os maiores bancos do país.
Assim, a leitura é de que a demanda do país asiático não será prejudicada, o que dava fôlego às commodities e a moedas de perfil semelhante ao real, como os dólares australiano e canadense. Como o Brasil, Austrália e Canadá são grandes exportadores de recursos naturais.
Enquanto isso, o índice global de ações MSCI subia mais de 1 por cento no final da tarde.
Galhardo, no entanto, ressalvou que os investidores estão mais cautelosos em montar grandes posições, o que pode trazer volatilidade até o final do ano.
"Esta semana o mercado vai conhecer alguns importantes dados nos Estados Unidos. Se saírem positivos, vejo o dólar em queda, mas se os números não agradarem, é bem provável que o dólar possa dar uma puxada para cima", explicou.
Na terça-feira, os EUA divulgarão as vendas no varejo, os estoques empresariais e a decisão sobre a taxa básica de juros no país. Na quinta-feira, são esperadas o início das construções e os pedidos semanais de auxílio-desemprego.
Para Flavia Cattan-Naslausky e Siobhan Morden, analistas do RBS Securities, a queda do dólar no curto prazo pode ser limitada por contínuas ameaças de intervenção do governo sobre o mercado de câmbio.
"Por outro lado, a atratividade do real como uma das mais sólidas moedas da América Latina deve favorecer a baixa do dólar", escreveram os profissionais em nota.
"No prazo mais longo, a moeda deve continuar em linha com as forças do mercado."
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