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Mantega e Meirelles durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira | Reuters
Mantega e Meirelles durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira| Foto: Reuters

Meirelles confirma e detalha medidas de ajuda a bancos pequenos

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (6) à noite que a medida provisória que permite a compra das carteiras de crédito de bancos em dificuldades, anunciada pelo governo nesta noite, ainda deve ser regulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para entrar em vigor.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fizeram um comunicado conjunto à imprensa nesta segunda-feira para tentar tranqüilizar o mercado e afirmar que, apesar de não ficar imune à crise financeira internacional, o Brasil está preparado para resistir às turbulências. Para isso, eles enfatizaram as medidas de ajuda ao mercado que vêm sendo tomadas pelo governo e anunciaram duas novidades: uma operação no exterior em que o BC vai trocar parte dos dólares das reservas por títulos de primeira linha dos bancos privados e um reforço de R$ 5 bilhões na linha do BNDEs voltada para o embarque de produtos ao exterior.

Meirelles disse que os detalhes desta nova operação lastreada nas reservas serão conhecidos nesta terça-feira (7). O objetivo é bancos passarem a ter dólares no exterior e, assim, poderem oferecer linhas de crédito para exportação. Mais tarde, quando a liquidez voltar o mercado, essa operação será desfeita. Ele ressaltou que o país tem mais de US$ 200 bilhões de reservas, mas não detalhou o volume que será utilizado para as operações.

- Mais uma vez é um uso inteligente das reservas internacionais - disse Meirelles.

Já o reforço à linha de crédito ao BNDES faz parte do pacote de R$ 15 bilhões que o governo está oferecendo ao banco de fomento.

O presidente do BC também citou algumas medidas já tomadas pelo governo, como o leilão futuro de dólares (swap), o aumento em R$ 7 bilhões no limite de dedução dos compulsórios e a disponibilização de crédito de R$ 24 bilhões para os bancos maiores socorrem instituições de pequeno porte. Nesta segunda-feira, o BC realizou um leilão de swap cambial no valor de US$2,1 blhões para tentar conter a alta do dólar.

Meirelles disse ainda que novas medidas para acalmar o mercado serão tomadas a medida do necessário. Mais uma vez afirmou que o país tem uma condição econômica favorável.

- É a grande vantagem do Brasil ter adotado medidas conservadoras, prudentes. Temos recursos suficientes para enfrentar a crise - disse Meirelles.

Para Mantega, situação é passageira

Também com tom tranquilizador, o ministro Guido Mantega disse que o Brasil está em situação mais confortável para resistir à crise. No entanto, admitiu problemas de liquidez e previu um futuro de "menos crédito, taxas de juros mais elevadas e conseqüente crescimento menor".

- Eu acredito que essa situação seja passageira. Estamos no momento mais agudo dessa crise, que é quando se revelam os créditos podres. No ano passado, sabíamos que haviam as instituições com empréstimos de riscos, o subprime e que isso ia dar problema no futuro.

Mantega argumentou que a crise é mais forte em países "mais fragilizados" e que têm problemas em seus bancos, o que não é o caso do Brasil. Ele afirmou que não há ativos podres no país e, portanto, o Brasil não sofre crise de solvência.

- Nós temos um problema de liquidez e não de solvência e o governo está tomando as medidas adequadas para garantir que a liquidez esteja fluindo. O BC está tomando várias medidas, hoje começou a fazer (leilão de) swap (cambial), atuar no mercado futuro. Nós estamos procurando manter as reservas no seu patamar, essa é uma orientação do presidente que nós temos cumprido. É o que estamos fazendo é usar as reservas de maneira inteligente, de forma que se mantenha as reservas, mas dê liquidez ao mercado - afirmou.

Mantega lembrou os prejuízos previstos no ano passado começaram a aparecer a partir de setembro. Mas, para o ministro, essa situação aguda deverá se dissipar.

- É impossível imaginar que se vá ter o sistema fiananceiro mundial travado, que é como ele se encontra hoje. Não há crédito para nada.

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