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Brasília - A queda do dólar para R$ 1,61 ontem deve levar a equipe econômica a agir novamente no início na próxima semana com mais medidas para evitar uma valorização maior do real ante a moeda americana, segundo uma fonte do Ministério da Fazenda. A avaliação é de que houve uma deterioração do quadro com o aumento das apostas do mercado financeiro de que haverá mais valorização do real. Neste ano, o real já acumula alta de 2,5%. Levando-se em conta um período mais longo (desde o início de 2009), a valorização chega a 40%.

Depois de se reunir com empresários na quinta-feira, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manifestou grande preocupação com o problema, sinalizando a adoção de novas medidas. Segundo uma fonte, Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, devem conversar na segunda-feira para fazer uma avaliação do quadro. E, se for necessário, vão acionar mais um arsenal de medidas, adicionais à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos adotada esta semana.

"Estavam prontas medidas mais duras, que não foram acionadas", disse a fonte, qualificando de "ruídos" informações de que o governo teria desistido de combater a enxurrada de dólares que entra no país. Uma das alternativas pode ser um novo aumento do IOF para o mercado financeiro e novas medidas restritivas ao capital externo.

Estabilidade

A estratégia do governo é fazer uma sintonia fina, administrando o câmbio e o controle da inflação. Embora avalie que a pressão de valorização do real não deve mudar no curto prazo, o governo vai continuar agindo com medidas para manter uma "certa estabilidade" na cotação. No segundo semestre, mais para o fim do ano, quando os sinais de maior vitalidade da economia dos Estados Unidos ficarem mais claros, o que se espera é uma menor pressão de alta do real.

A mudança da política de afrouxamento quantitativo nos Estados Unidos e a emissão de sinais de um futuro aumento nos juros americanos, que no cenário dessa fonte devem ocorrer no segundo semestre, poderiam introduzir uma força contrária à apreciação do real. Até lá, a equipe econômica considera como uma fase de gerenciamento de "transição", na qual será preciso evitar "volatilidades excessivas" na cotação do câmbio, como ocorreu na quinta-feira, e especulação com o câmbio. Para a equipe econômica, a estabilidade cambial é considerada muito importante, principalmente porque o quadro pode mudar.

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