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Loja Havan no Parolin, em Curitiba, com sua famosa (e polêmica) réplica da Estátua da Liberdade e fachada que remete à Casa Branca | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Loja Havan no Parolin, em Curitiba, com sua famosa (e polêmica) réplica da Estátua da Liberdade e fachada que remete à Casa Branca| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A varejista catarinense Havan registrou crescimento de 40% em seu faturamento no primeiro semestre de 2018, e deve chegar à sua meta de 120 lojas e faturamento de R$ 7 bilhões até o final deste ano. Atualmente em 16 estados, a rede quer estar presente em todos os estados brasileiros até 2022, abrindo 200 lojas até lá. No entanto, os planos de seu fundador, Luciano Hang, dependem do resultado das eleições presidenciais deste ano.

“É um momento político que preciso enfatizar. Queremos investir, empreender, mas se a esquerda voltar para o país, vamos repensar tudo que temos planejado para o país até 2022, sinceramente vou rever todo meu planejamento estratégico”, afirmou Hang em entrevista à Gazeta. O empresário chegou a ser cogitado para se tornar vice de Jair Bolsonaro, mas desistiu de entrar para a política em abril, dizendo que não seria candidato mas continuaria atuando como um “ativista político”.

Hang é da linha que acredita que o futuro do Brasil está nas mãos dos empresários, que, segundo ele, são os grandes responsáveis por gerarem riqueza e empregos por aqui. Acredita que o país poderia crescer entre 4% e 5% ao ano, mas que, perante um governo que quer ser “monopolista da política econômica” e que não acredita na classe empresarial, acaba desperdiçando as oportunidades.

“Temos que ser um tigre latino-americano, mas hoje somos um gatinho. Temos que fazer a população ver que o desenvolvimento de um país depende de seus empreendedores, e não do governo”, acredita.

Luciano Hang, fundador da HavanRoberto Custódio / Jornal de Londrina

A entrada tardia da Havan no Rio Grande do Sul também é explicada por questões políticas. As duas primeiras lojas da rede no estado serão abertas em Caxias do Sul e Passo Fundo, esta última ainda em 2018. Hang conta que a primeira loja Havan da história estava prevista para abrir no Rio Grande do Sul, em 1990, e que um terreno até chegou a ser comprado, mas que não conseguiram as liberações necessárias por, na época, se tratar de um estado “muito burocrático”.

“Tivemos uma dificuldade muito grande na era do PT de Olívio Dutra, a iniciativa privada era abominada. Desistimos do RS durante todos estes anos”, conta. Hang diz que o convite para investir no Rio Grande do Sul veio do governador José Ivo Sartori (MDB), que, segundo ele, abriu novamente o estado para a iniciativa privada. O plano é abrir 50 lojas no Rio Grande do Sul, com investimentos de R$ 1,5 bilhão.

Além das lojas, a Havan está construindo quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas no Rio Grande do Sul, que se somarão às outras três que a empresa já possui, uma delas no mesmo estado e outras duas em Santa Catarina, estas voltadas apenas para o consumo próprio de energia das lojas Havan. Já as novas usinas, além do consumo interno, também devem vender energia para o sistema elétrico nacional.

Uma parceria com a construtora catarinense de imóveis de luxo, FG Empreendimentos, também chamou atenção e despertou a dúvida se Hang estaria partindo para outros setores. O empresário explica que a Havan possui “bancos de terreno” e que a parceria se deu neste sentido, com o espaço para a construção. “São planos que já tínhamos de anos atrás. Mas nosso foco é 100% Havan”, diz.

Um edifício de alto padrão – e, segundo Hang, o prédio de frente para o mar mais alto do Brasil –, está sendo construído na Avenida Atlântica de Balneário Camboriú, com apartamentos com quatro suítes, duas delas de frente para o mar.

Cabe lembrar que, no início deste ano, Hang defendeu a construção de arranha-céus na cidade catarinense, por gerar “milhares e milhares de empregos”. A manifestação se deu após uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, que mostrava que o paredão de prédios em Balneário Camboriu fazia uma sombra que tirava o sol da praia durante a maior parte da tarde, além de ameaçar a cidade de ter escassez de água no futuro devido ao adensamento urbano. Para ele, a reportagem estava do lado errado e havia uma vantagem para este tipo de construção: “Excesso de sol faz mal para a pele”, alegou na época.

Novas lojas

Com um mix de mais de 100 mil produtos, a Havan pretende chegar a 120 lojas no final deste ano, o que significa 13 novas lojas abertas em 2018 – no início do ano, eram 107 pontos. Já para 2019, 20 novas lojas já estão confirmadas, e este deve ser o ritmo mantido até alcançar as 200 lojas em 2022. Neste ano, foram investidos R$ 400 milhões.

No primeiro semestre deste ano, a Havan inaugurou lojas em Gaspar e Videira (SC), Vitória da Conquista (BA) e Vilhena (RO). As próximas inaugurações acontecem em Araraquara (SP) e São Bento do Sul (SC) neste mês de setembro; Biguaçu (SC), Campinas (SP) e Volta Redonda (RJ) em outubro; Lages (SC) e Passo Fundo (RS) em novembro; e Brasília (DF) em dezembro, fechando o ano presente em 16 estados.

Até o final do ano, a Havan espera gerar dois mil novos postos de trabalho, fechando 2018 com 15 mil funcionários diretos e 75 mil indiretos. “Cada emprego direto que você cria no comércio puxa outros cinco empregos indiretamente”, calcula Hang.

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