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Nas várias palestras e exposições de algumas das maiores autoridades financeiras do mundo, realizadas neste sábado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, uma unanimidade prevaleceu: a transferência maciça de capital de países em desenvolvimento para países desenvolvidos é insustentável e pode prejudicar tanto os países pobres quanto os ricos.

Para o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, o padrão atual de investimento mundial é "profundamente anormal" e não interessa a país algum.

- Não é sustentável, a longo prazo, que os países em desenvolvimento financiem os países industrializados. Isto não corresponde ao interesse dos países em desenvolvimento, nem ao interesse dos países industrializados - assinalou.

No mesmo tom, o ministro indiano das Finanças, Palaniappan Chidambaram, afirmou que países como o dele, uma das estrelas emergentes da cena econômica mundial, estavam sob ameaça.

- Desequilíbrios globais estão se intensificando e isso traz consequências sérias para países em desenvolvimento como a Índia - disse.

Os Estados Unidos estão atualmente buscando grandes fluxos de capital dos países em desenvolvimento, notadamente da China, que estão financiando seu déficit em conta corrente, valorizando o dólar e mantendo baixas as taxas de juros de longo prazo por meio de compra de bônus.

O perigo à economia mundial é que, se os fluxos eventualmente secarem, pode haver grandes desarranjos econômicos e de mercado.

- Há gatilhos potenciais que podem provocar consequências sérias à economia global. O primeiro é um movimento do dólar, o segundo é uma alta inesperada dos juros norte-americanos. Em terceiro lugar, uma espiral nos preços de energia provocará expectativas inflacionárias - alertou Chidambaram.

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