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A economia do Estado do Rio teve o terceiro menor crescimento entre os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, no período de 2003 a 2004. Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expansão econômica do estado no período foi de 1,9%, ficando à frente apenas do crecimento da Paraíba (+1,6%) e do Mato Grosso do Sul (-0,8%).

No acumulado 1984-2004, a economia do Rio teve crescimento de apenas 35,74%, deixando o estado na lanterna do país. São Paulo cresceu 46,13% na mesma comparação, frente a uma expansão de 59,55% de Minas Gerais e de 73% do Espírito Santo. O Estado do Mato Grosso (315%) foi o que teve a maior expansão do PIB no período, seguido pelo Amazonas (314,38%).

Ainda de acordo com o estudo, em 2004 a participação do estado sobre a economia nacional passou de 12,2% para 12,6%.

A Fundação Cide, no entanto, contesta o cálculo. Segundo as entidade - ligada ao governo do Rio - o peso atual do estado sobre o PIB brasileiro seria de 14,3%.

A Fundação Cide usa como parâmetro uma matriz de insumo-produto elaborada em 1996, que, afirmam seus técnicos, consegue captar o desempenho de segmentos da economia fluminense que ganharam impulso nos últimos anos, como a indústria naval e a metal-mecânica.

- A divergência está no fato de o IBGE ter apurado 3,8% de expansão para a indústria de transformação, enquanto para nós ela evoluiu 12,02% de 2003 para 2004 - afirma o diretor executivo da Fundação Cide, Ranulfo Vidigal.

Segundo ele, a matriz do IBGE não capta todo o impacto do item da indústria de transformação denominado material de transporte, que inclui dois subsetores importantes no Rio de Janeiro: a indústria naval, que de acordo com a Fundação Cide cresceu 386,31%, e a metal-mecânica (automóveis, ônibus e caminhões), de 32,3%.

- Se estes segmentos fossem considerados, em vez de o PIB do estado ter crescido 1,89% em 2004, conforme informou o IBGE, a expansão teria sido de 4,29%, puxada pela indústria de transformação, com 12% e não 3,8% conforme informado pelo IBGE - acrescentou.

O economista Gélio Bazoni, da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, rebate:

- Trabalhamos com a mesma base de dados para todos os estados e, por isso, temos como fazer a comparação entre eles. Isso significa que também não estão sendo consideradas mudanças na estrutura de produção de outros estados como a Bahia e o Paraná, por exemplo, que também tiveram investimentos da indústria automobilística - diz.

De acordo com o levantamento do IBGE, o estado cuja economia mais cresceu em 2004 foi Amazonas (+11,5%), seguido por Mato Grosso (+10,2%), Bahia (+9,6%) e Pará (6,6%). São Paulo ficou em sexto lugar no ranking, com um crescimento de 6,4%.

De acordo com o IBGE, o resultado do Mato Grosso reflete a expansão da fronteira agrícola e a indústria ligada a esta atividade. No Amazonas, o crescimento está ligado ao pólo industrial da Suframa, a Zona Franca de Manaus.

Também o Amapá e Roraima apresentaram um bom desempenho na série (133% e 156%, respectivamente) e contribuíram para que a Região Norte atingisse o melhor desempenho (172%).

PIB por região

De 1985 a 2004, a região Sudeste (47%) foi a única com desempenho abaixo da média brasileira (63%) . Neste sentido, os piores resultados foram verificados no Rio de Janeiro (35,74%) e São Paulo (46,1%), com uma média de crescimento em torno de 1,6% e 2,4% ao ano, respectivamente.

A região Nordeste, que cresce na série igual a média brasileira, registrou o melhor desempenho na série 1985-2004 com destaque para o Maranhão (91%) e o Rio Grande do Norte (90%).

Na região Sul, o melhor desempenho foi do Paraná (108%) seguido de Santa Catarina (95%). O Rio Grande do Sul também cresceu abaixo da média brasileira (56%).

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