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A expansão do emprego formal em 2011 levou ao enfraquecimento da economia informal, ou "subterrânea" – a produção de bens e serviços não reportada ao governo de forma deliberada. O Índice de Economia Subterrânea divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), deve atingir 17,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, o mais baixo porcentual desde 2003, e inferior ao de 2010 (17,7%).

O dado sinaliza modificação expressiva. A série da pesquisa, iniciada em 2003, apontava em seu começo participação de 21% da economia informal no PIB. "Observamos uma queda gradual da economia informal do país", afirmou o pesquisador do Ibre/FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho. O especialista explicou que a fatia referente a 2011 é uma projeção, já que o ano não acabou e os resultados macroeconômicos apurados pelo IBGE ainda não foram completamente divulgados. As estimativas foram feitas com ajuda da série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do instituto.

Mesmo com a perda de espaço no PIB, em recursos a economia informal tem movimentado valores cada vez mais altos. Isso, na prática, é coerente com a própria expansão da economia desde 2003. Em reais a preços de 2010, ou seja, sem corrigir os efeitos da inflação no período, as cifras da economia subterrânea devem ter atingido R$ 613 bilhões neste ano. Embora abaixo do número para 2010 (R$ 651 bilhões), o número é superior ao montante registrado em 2003 (R$ 571 bilhões). "Mas em valores correntes [com correção da inflação], a economia subterrânea pode ter alcançado R$ 653 bilhões este ano", explicou.

Segundo o presidente-executivo do ETCO, Roberto Abdenur, os valores da economia subterrânea correspondem ao tamanho da economia da Argentina ou duas vezes a do Chile. Ele citou ainda que, nos últimos oito anos, o nível da informalidade vem caindo gradualmente, fazendo com que o Brasil vá, aos poucos, se aproximando dos países desenvolvidos, cuja economia subterrânea representa, em média, 10% do PIB.

Barbosa Filho observou que o aumento da renda do brasileiro, impulsionada por bons resultados de emprego, e a perspectiva de acesso ao crédito funcionam como atrativos para o trabalhador informal regularizar sua situação.

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